terça-feira, 18 de setembro de 2012

TAXA SOCIAL ÚNICA

Também tenho que dar a minha opinião sobre esta história da TSU, não tenho?

Acho estranho tudo isto. Em primeiro lugar, achei estranho o timing do anúncio da medida. Não faz sentido andar a anunciar as coisas aos bocadinhos. Ainda para mais quando se anuncia algo que é manifestamente gravoso para os bolsos dos portugueses em si, e beneficia as empresas, o que, para o português comum não é estranho, é estranhíssimo.

Ponto um. É impossível que esta história não tenha sido discutida em Conselho de Ministros. Pois claro que foi. Teve que ser discutida e houve gente que deve ter levantado reservas. Mas, pasme-se, quem levantou reservas foram os ministros do PSD. Os do CDS não manifestaram qualquer tipo de reserva, sendo que o número-dois e o considerado "delfim" de Portas até era apoiante da medida. Cristas, a número-três, não levantou reservas.

Posto isto, a medida foi, erradamente, anunciada ao país. Eis que cai toda a gente em cima. Quem? Além da oposição em peso e das empresas que dependem essencialmente do consumo interno, os cavaquistas de sempre. Manuela Ferreira Leite (que falou ao arrepio do seu próprio procedimento como líder parlamentar, ministra das Finanças e líder do PSD - estranho?, não porque ela não gosta nada de PPC... - recordar as eleições de 2009) e Alexandre Relvas. Além de Bagão Félix, o insuspeito porta-voz não oficial de Portas, cujos ministros até nem levantaram reservas. Soares não conta, porque se está a esquecer de 83-85. Não me perguntem porquê. Na quinta feira seguinte, Passos faz uma entrevista à RTP, onde não diz nada de novo, a não ser defender até ao limite a medida que quer levar a cabo. E inicia a explicação de porque é que as contas falharam, como toda a gente de bom senso previria que falhariam. Porque o défice era de 7,7% e não 5,9%. E o ajustamento, ajudado pela quebra do consumo mais elevado reduziu o défice para 6,6%, em vez dos tais "pretendidos" 4,5%. Pelo que, afinal, se as coisas tivessem corrido bem, era só mesmo um ajustezinho até ao fim do ano e tínhamos as contas certas. Mas disto, nem sinal.

Na sexta-feira seguinte fala Seguro. Que diz que vai apresentar uma Moção de Censura ao Governo e que vota contra o OE2013, sem sequer o ver. Porque, pelas linhas gerais, antevê que seja mais do mesmo e que defende outra política. Moção de Censura porque considera que é uma medida inaceitável. Pronto. Na segunda faz uma entrevista. O que se reteve foi apenas e só crítica (que tem direito a ela, sublinhe-se) e das medidas, nicles, ainda as vai estudar.

No Domingo fala Portas. Que diz que sabia, mas que não concordava. Que defendia outras medidas. Estranho, muito estranho, tendo em conta o programa do CDS e as opiniões lá escritas. Mas possível. Podia apenas ser solidário. Mas isso, desde aquela história dos "Assuntos do Mar" na tomada de posse do Governo de Santana Lopes, sabemos que não existe, não sabemos? Resultado: temos uma crise política que ninguém que previa e que pode levar à queda do Governo. Porque depois estão as guerrinhas partidárias que sabemos que existem, mas que, por estas alturas estão a ser minimizadas o mais possível. E acho muito bem.

Bruxelas quer, claro, fazer com que a Grécia seja um caso único. E para isso mostra ideias de facilitar no que toca à TSU. Acima de tudo, evitar uma crise política.

Na Segunda fala outra vez António José Seguro. Uma entrevista onde foi firme a criticar e inseguro no que toca a apresentar propostas. Tudo ainda a ser estudado. Passado? "Não posso corrigir nada". Ai não? Temos mesmo que gramar com as incompetências do Sócrates? As PPP's são mesmo incorrigíveis?

Posto isto, temos as manifestações. São legítimas. E é por aqui que eu quero começar, para manifestar a minha opinião. Não é aceitável neste momento propor mais um corte de 7% nos salários de cada um. Ainda mais porque até se estava à espera de um alívio depois do acordão do Tribunal Constitucional. Mas, acima de tudo, porque foi anunciada de uma forma deplorável. Se me dissessem que era para aplicar esta medida, com uma baixa do IVA e do IRS eu aceitava. Porque não implicaria uma diminuição do rendimento disponível. Assim, não é tão positivo. Além de que pode induzir a uma maior diminuição do consumo, que pode levar ao encerramento de muitas empresas.

Mas não nos iludamos. A troika não é a má da fita. É mesmo necessária esta austeridade e não há grandes alternativas, a não ser que queiramos abrir a falência do nosso país. E a Islândia não é um caso comparável. Porque, se tem taxas de crescimento de 2% ao ano, não deixa de ser verdade que tem moeda própria e que  ela se desvalorizou muito, coisa que nós não podemos fazer. Além de que o financiamento é feito apenas pelo FMI. Mas é um bom pronúncio. Nós não podemos fazer nada do que eles fizeram.

Pelo que esta medida pode não ser a melhor do mundo. E até acho que devia ser suspensa até meados de 2014, sendo a última medida do programa a ser aplicada, com vista ao crescimento económico pretendido. Mas, mais importante do que isso, é que Portas se comportou como um hipócrita, como um parasita que quer estar no bem e fugir a sete pés do que é mau para a sua popularidade.

E Passos? O que deveria fazer? Se fosse eu, e não tivesse nada a temer, à saida do Conselho de Estado (que Cavaco fez bem em convocar, e melhor ainda ao solicitar a presença do Ministro das Finanças) lançava a "bomba atómica": "Meus senhores, eu vou-me embora. Não quero saber mais disto, e vou emigrar. Os Portugueses ainda não perceberam que quem nos dá dinheiro para pagar os salários é a Troika e criticá-la é um absurdo. E não temos outro modo de financiamento mais vantajoso. Não fui compreendido. Os políticos optaram por um comportamento irresponsável. Como não concordo com isso, e como os Portugueses não concordam comigo, eu vou-me embora. Não me responsabilizo pelas consequências que esta decisão pode acarretar. Boa noite." Se tiver alguma coisa a temer, então tem mesmo que gramar a pastilha.

E já agora, que é feito dos contratos das PPPs???

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

EU SOU MESMO ASSIM...

Não sou exactamente um Brad Pitt, bem pelo contrário. Não sou bonito, nem bem feito (podemos dizer assim...). A acrescentar a isso tudo, sou tímido e não lido bem com assuntos que tenham a ver com o sexo oposto.

Pronto. Está explicado porque não tenho namorada. Em linhas gerais este é o problema.

E também não lido com subtilezas. Por norma as meninas costumam ficar à espera que os meninos tomem a iniciativa de tudo. Comigo, esqueçam! Não apanho metade das subtilezas e tal. Se querem, assumam. Senão, eu não apanho nada. Não há entrelinhas, ou melhor dizendo, nas entrelinhas o espaço é da cor do papel onde se escreve. E não tem lá nada escrito.

Enfim. Eu sou mesmo assim. Ah, e tenho um feitiozinho danado! Não me queiram ver mal disposto...



P.S. Não, não estou mesmo deprimido... :)

A VIDA DEPOIS DO ESTUDO...

Por norma não sou pessoa de estar fisicamente presente. O último convívio em Cinfães foi mais um exemplo disso mesmo. Sou pessoa de estar sem se dar conta. De saber o que se passa sem sair do sítio. isso dá-me a fama de ser antipático ou anti-social. Nada que me preocupe. Nunca fui de ligar muito à opinião das outras pessoas, exceptuando aquelas que me são muito próprias.

O Facebook ajuda imenso a saber novidades sentado numa cadeira (ou no sofá ou no banco, como queiram). Sei que uma colega da Licenciatura em Gestão entrou ou vai entrar para a Escola da Polícia. Não é exactamente o que ela estava à espera, mas, num país em que os empregos estão pela hora da morte, ir ganhando algum já é uma coisa boa. Torço, claro, por ela e por todos os outros de quem vou sabendo novidades principalmente pelas redes sociais.

Mas estou a escrever este post porque, na procura de saber mais sobre o pessoal, reparei numa situação que me alertou. Como se sabe, também fui aluno da Licenciatura em Enfermagem, antes de ir para a de Gestão. Fiz lá bons amigos e sempre que posso quero saber o que se passa com eles. Pelo Facebook soube que eles estão a trabalhar em... França. Pois. Com os cortes todos na saúde e a quantidade de enfermeiros que existem em Portugal, só lhes restou ir trabalhar para outro país. Tudo de bom para eles é o que eu lhes desejo.

Mas isto alertou-me também para o meu futuro. O meu estágio acaba daqui a uns dias e não tenho a certeza absoluta de ter um contrato de trabalho, apesar de este me estar a ser prometido. Independentemente disso, tenho que começar a preparar a hipótese de, para garantir um melhor nível de vida (fica bem dito assim, não fica?) ir trabalhar para um outro país. E para isso tenho de começar a ganhar outras bases, nomeadamente técnicas (liguagem técnica, por exemplo) que me possa permitir trabalhar noutro país.

Mas é pena que a economia portuguesa não consiga absorver todos os quadros qualificados que produz. Se calhar, é um problema de estruturação, mas isso é outra história. Mas que é pena, isso é...