Antes de mais dizer que, qualquer que fosse o governo, teria todas as condições para fazer um bom trabalho, pois presumo que o PR seja colaborante além da maioria absoluta no Parlamento.
Posto isto, não interessa se houve muitas, poucas, algumas, quase nenhumas, negas. São estes que cá estão e são estes que terão que levar o "barco" a bom porto. E de louvar a "velocidade" com que foi feito este governo. Foi algo tão rápido como nunca eu tinha visto em Portugal. E em 3 semanas temos quase tudo pronto para se começar a trabalhar. De lembrar que, com Sócrates ou Barroso, tivemos sempre um mês ou mais para "arrancar". Desta vez algo diferente. Confirma-se a minha perspectiva, convém mudar a lei para fazer com que isto ande mais depressa ainda.
Agora, os nomes:
- Vitor Gaspar é o Ministro das Finanças. Nunca tinha ouvido falar no homem. Soube agora que foi conselheiro no Banco de Portugal, e que agora era parte do conjunto de homens que Barroso ouvia no que toca a políticas financeiras. Ora, estando na Europa, conhece a troika como ninguém, era mesmo isto que era preciso. Se Vitor Bento não quis vir, PPC escolheu um ainda melhor.
- Paulo Portas dispensa apresentações. Vai ser - até que enfim!, suspira ele - o Ministro dos Negócios Estrangeiros, como sempre quis.
- Aguiar Branco vai ser o Ministro da Defesa. Melhor que Santos Silva vai ser quase de certeza. E já eram horas. E penso que vai ser alguém capaz de reformar de uma forma competente aquele ministério que vai ser alvo de cortes substanciais.
- Miguel Macedo é novo Ministro da Administração Interna. Esperava vê-lo como Ministro dos Assuntos Parlamentares, dada a sua grande experiência no Parlamento. É outro dos "políticos" do Governo. A ver vamos como se safa...
- Paula Teixeira da Cruz é a Ministra da Justiça. Confesso que esperava ver alguém mais daquele meio e mais independente, pois é um dos grandes calcanhares de aquiles da nossa democracia. É extremamente próxima de PPC. Esperava contudo alguém mais independente e menos político. Apesar de tudo, é uma estreia como governante, o que pode abonar em favor dela. Estou curioso para ver o que vai fazer.
- Miguel Relvas é o Ministro dos Assuntos Parlamentares e presumo que seja da Presidência. Não espanta. Político (quase) nato. Foi o principal crispador do discurso com Sócrates e que terá de fazer a ponte com a oposição de esquerda.
- Ministro da Economia e do Emprego (duas áreas interligadas no mesmo ministro, o que é muito bom...) vai ser Alvaro Santos Pereira. Independente. Com um livro publicado sobre como sair da posição em que estamos, terá todas as oportunidades para aplicar a sua "receita".
- Assunção Cristas terá os recursos naturais e o ordenamento do território sobre a sua tutela. Para quem se destacou no Parlamento a fazer perguntas sobre Finanças, vir para a Agricultura soa a esquisito. É o braço direito de Portas no PP.
- A bomba deste governo, na minha opinião, mas que ninguém ainda reparou. Paulo Macedo, o gestor que deu a volta à máquina fiscal no tempo de Ferreira Leite e que encomendou uma missa por alma do Fisco, é o novo Ministro da Saúde. A ideia que dá é que PPC quer definitivamente por fim ao desperdício na Saúde e que urge controlar as despesas naqueles lados, para se cumprir o acordo da "troika". Vamos ver como corre a Saúde com este senhor. Para variar, não pode sempre ser um médico.
- Nuno Crato é o novo Ministro da Educação, do Ensino Superior e da Ciência (não tinha lógica nenhuma estarem separadas as pastas...). Muito crítico do Ensino como está hoje, tem todas as possibilidades de dar a volta à coisa. A ver com atenção...
- Pedro Mota Soares é o novo ministro da Solidariedade e Segurança Social. Na linha de Bagão Félix, que ajudou a desenvolver o Código do Trabalho da altura. Tem tudo para fazer um bom trabalho, porque as suas intervenções são maioritariamente sobre este tema. Uma boa escolha, para mim...
- Luis Marques Guedes é a velha guarda da política neste Governo. Teria sempre que estar presente, para assegurar uma "interacção" entre o "aparelho" do PSD. Num local pouco relevante e de pouca visibilidade, mas que pode ser muito importante em termos políticos.
- Carlos Moedas é o braço direito de PPC nos últimos tempos. Teria que estar forçosamente a trabalhar na sua dependência.
- Francisco José Viegas dispensa apresentações e seria mais que óbvio que seria o convidado para a Cultura, ainda mais passando a Secretaria de Estado na dependencia do Primeiro Ministro.
Posto isto, não querendo desfazer na idoneidade de ninguém, no dia da tomada de posse vão dizer que prometem cumprir com lealdade as funções que lhes são confiadas. Só é pena que não digam o nome, daria outro simbolismo, mas pronto...é a praxe.
Agora é desejar-lhes bom trabalho, que bem precisam, para ver se nos tiram deste atoleiro onde nos meteu o eng. Sócrates.
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