quinta-feira, 1 de outubro de 2015

DESCONSTRUIR MITOS

Estava a ouvir uma repetição do "Prolongamento", programa da TVI24 onde se discute o sexo dos anjos relativamente ao futebol, e lembrei-me que uma grande parte do mito Pep Guardiola começa quando o Barcelona ganha todas as competições onde está inserido na primeira época. Ganha tudo: Campeonato, Taça e Champions. Ganha a Champions, numa final contra o Manchester United. Contudo, as meias finais foram as mais polémicas de sempre, em que o Chelsea, de Hiddink, foi literalmente espoliado de quatro penalties. Sim, houve quatro lances para grande penalidade, que fariam uma final Man Utd - Chelsea, e se calhar as coisas seriam diferentes. Lembro-me de outras meias finais, entre Real Madrid e Barcelona, onde mais uma vez o Barcelona de Guardiola foi tendencialmente beneficiado. Mas, demos estas últimas de barato, e concentremo-nos no essencial: foi com uma roubalheira de todo o tamanho de um senhor chamado Tom Ovrebo (o árbitro dessa meia final) que começou o início de um mito - o Barcelona ganhou, no ano seguinte, a Supertaça Europeia e o Campeonato do Mundo de Clubes, relativos a essa Champions ganha "indevidamente". Tivesse Mourinho a mesma sorte, e se calhar, hoje tinha muito mais troféus que os muitos que já tem.

Hoje saiu uma "grande sondagem" da Universidade Católica para a RTP, que dá uma maioria relativa à PàF. O grande derrotado será, assim, António Costa, líder do PS. António Costa era considerado pela "inteligência publicante" como o melhor candidato do PS e chegou a líder do PS após um "golpe de estado" interno, onde apeou o anterior líder, António José Seguro, que era criticado por toda a "gente" porque não era o líder indicado para o efeito. Costa, diziam, era o líder que iria catapultar o PS para a maioria absoluta e Seguro era o líder das vitórias por "poucochinho". Ora, vamos vendo que afinal Costa não era o tal "Messias" da esquerda e afinal o PS é capaz de ganhar apenas na secretaria. Costa, era o número 2 de Sócrates (de quem só se demarcou em desespero no fim de campanha) e foi Presidente da CML onde teve que fazer acordos à força com a oposição e baixou a dívida. Ora, teve que fazer acordos com a oposição, porque esta tinha a maioria na Assembleia Municipal (e se não negociasse, as suas medidas não passavam) e baixou a dívida, porque o Governo assumiu cerca de 40% da dívida da Câmara, o que lhe permitiu baixar a dívida e a correspondente conta dos juros. Tivesse isto tudo sido escrutinado, como foi o programa eleitoral que apresentou e que o deixou embasbacado e mal disposto (ver a entrevista que deu à RTP), e se calhar já há muito que se tinha descoberto que o mito tinha pés de barro. E de fraca qualidade.

São dois exemplos da construção de mitos. Um como um político muito bom e outro como um treinador excepcional. Para mim, nem um nem outro são aquilo que se lhes apelida. São bons, mas não passam disso.

Sem comentários:

Enviar um comentário