Foi cobarde. Não tenho outro termo para isso. Não quis ter problemas no aparelho. Não percebeu nada do que se passava quando chegou a S. Bento. E, quando sair, vai sair pela porta pequena e sem fazer nada para mais tarde recordar.
Foi cobarde. Por tudo. Não contesto que tenha feito tudo ao contrário do que dizia nas eleições. Sócrates e Barroso também o fizeram. Mas porque sabe onde está o mal, e como combatê-lo, e não o quis fazer, porque não quis enfrentar a máquina que o colocou lá.
Não percebeu nada do que passava quando chegou a Primeiro-Ministro. Nada! Não percebeu que o cargo que ocupava seria apenas de um mandato. Porque o foi com Soares das duas vezes. Chumbou a História Política Portuguesa. E que poderia ser recordado, daqui a muitos anos, como um indivíduo que reformou o Estado e deu sentido a uma nação que só conheceu contas equilibradas em tempos de ditadura.
Câmaras Municipais? Não mexeu. Interesses económicos instalados? Demitiu um Secretário de Estado. Corte na despesa estrutural? Andamos a ver navios, só cortou na despesa de investimento. Passos ainda não percebeu que não há forma de dar a volta e ganhar as eleições de 2015. Parece que ainda está à espera disso. Reformas laborais? Nada. Reformas da justiça? A passo, e vamos ver como corre. Arrendamento? Uma baralhada. Assim não ajuda.
Defendi-o até ao limite do indefensável. A partir daqui, com o meu apoio não conta. Porque já teve mais que tempo para fazer o que deveria ter feito. E não fez.
quinta-feira, 28 de março de 2013
JOSÉ SÓCRATES
Em Portugal, Sócrates é único entre a classe política. É combativo. Um lutador. E de fibra.
A sua entrevista hoje é um murro na mesa (mesmo para estremecer a mesa) na situação em que nos encontramos. Um Seguro que não mostra ser alternativa e um Governo que faz tudo ao contrário do que prometeu e tudo ao contrário do que lhe sugerem. Ou seja, temos um mal, mas o remédio não parece sequer ter a capacidade de atenuar o problema, quanto mais curá-lo.
Sócrates tem carisma. E adora política. E é de fibra. E vem para causar estragos. Como disse vem para "tomar a palavra" e não usá-la. Ou seja, vem para definitivamente contar a sua história e não ficar mais em Paris ou noutro sítio qualquer a viver a sua vida. E hoje demonstrou isso.
Deu uma sova em Cavaco Silva como nunca se viu. Foi duro. Desabafou, se me permitem o termo, tudo o que tinha a desabafar sobre o que entendia da conduta do chefe de Estado que, como sabemos, nunca foi um homem do carácter que diz ter (lembram-se do remoque que deu a Nogueira, em 1995?). E sabemos que eles não se gramam nadinha um ao outro. Deu remoques a Seguro (parece que ninguém deu por nada, mas o primeiro foi direitinho a ele quando disse que só existia uma narrativa e que mais nada existia) e deu dois toques a Passos quando disse que o Governo não tem direcção política e que quando fez debates com ele não tinha dito que queria empobrecer o país.
Depois deu a sua versão, em muitas situações deturpada, da história. Continua com a versão do PEC IV e de que isso seria suficiente para tirar o país da crise, que as PPP's foram boas e que foram bem negociadas, que a culpa era da crise internacional, deu os números dele, as Escolas, as Barragens, enfim, foi mais de uma hora ao mais alto nível do animal político com um "jeitaço" para a TV que Sócrates demonstrou ser.
Concordo com Sousa Tavares, na SIC Notícias, quando diz que, depois de hoje, nada vai ser como dantes. Às páginas tantas, no meio da entrevista dei por mim a comentar que ele vinha para dar um murro na mesa e que vinha para comandar a oposição (porque Seguro ou nada é a mesma coisa, não há nada por onde se pegue, não porque não tenha razão, mas porque não sabe comunicar nem dizer o que quer - Sócrates é bem diferente, com meia dúzia de frases diz ao que vem e o que quer... e hoje isso viu-se!...). E é isso mesmo. Sócrates não vem para deixar tudo na mesma, vem mesmo para mudar as coisas. E não vai para Belém. Ele quer mesmo ir para S. Bento. É só Seguro falhar (ele não vai precipitar as coisas, porque não precisa, mas se vir uma oportunidade não dá hipótese). E não há aparelho partidário que valha.
A sua entrevista hoje é um murro na mesa (mesmo para estremecer a mesa) na situação em que nos encontramos. Um Seguro que não mostra ser alternativa e um Governo que faz tudo ao contrário do que prometeu e tudo ao contrário do que lhe sugerem. Ou seja, temos um mal, mas o remédio não parece sequer ter a capacidade de atenuar o problema, quanto mais curá-lo.
Sócrates tem carisma. E adora política. E é de fibra. E vem para causar estragos. Como disse vem para "tomar a palavra" e não usá-la. Ou seja, vem para definitivamente contar a sua história e não ficar mais em Paris ou noutro sítio qualquer a viver a sua vida. E hoje demonstrou isso.
Deu uma sova em Cavaco Silva como nunca se viu. Foi duro. Desabafou, se me permitem o termo, tudo o que tinha a desabafar sobre o que entendia da conduta do chefe de Estado que, como sabemos, nunca foi um homem do carácter que diz ter (lembram-se do remoque que deu a Nogueira, em 1995?). E sabemos que eles não se gramam nadinha um ao outro. Deu remoques a Seguro (parece que ninguém deu por nada, mas o primeiro foi direitinho a ele quando disse que só existia uma narrativa e que mais nada existia) e deu dois toques a Passos quando disse que o Governo não tem direcção política e que quando fez debates com ele não tinha dito que queria empobrecer o país.
Depois deu a sua versão, em muitas situações deturpada, da história. Continua com a versão do PEC IV e de que isso seria suficiente para tirar o país da crise, que as PPP's foram boas e que foram bem negociadas, que a culpa era da crise internacional, deu os números dele, as Escolas, as Barragens, enfim, foi mais de uma hora ao mais alto nível do animal político com um "jeitaço" para a TV que Sócrates demonstrou ser.
Concordo com Sousa Tavares, na SIC Notícias, quando diz que, depois de hoje, nada vai ser como dantes. Às páginas tantas, no meio da entrevista dei por mim a comentar que ele vinha para dar um murro na mesa e que vinha para comandar a oposição (porque Seguro ou nada é a mesma coisa, não há nada por onde se pegue, não porque não tenha razão, mas porque não sabe comunicar nem dizer o que quer - Sócrates é bem diferente, com meia dúzia de frases diz ao que vem e o que quer... e hoje isso viu-se!...). E é isso mesmo. Sócrates não vem para deixar tudo na mesma, vem mesmo para mudar as coisas. E não vai para Belém. Ele quer mesmo ir para S. Bento. É só Seguro falhar (ele não vai precipitar as coisas, porque não precisa, mas se vir uma oportunidade não dá hipótese). E não há aparelho partidário que valha.
sábado, 9 de março de 2013
JORGE JESUS
Ainda não percebi bem qual a grande razão pela qual Jesus ainda não renovou com o Benfica. Mais claro que isto não posso ser.
Jesus trouxe ao futebol do Benfica aquilo que lhe faltava, ou seja, a solidez defensiva. Já lá vai o tempo em que o Benfica sofria golos porque tinha uma defesa pouco confiante ou sólida. Infelizmente. Trouxe ainda a dimensão espetacular que faltava por vezes para quase sempre. Promoveu jogadores que se pensava ser promessas adiadas a certezas e garantiu belíssimos encaixes financeiros ao clube (Di Maria, Coentrão, Javi Garcia, David Luiz, etc, etc) e mesmo assim não perdeu competitividade. São alguns dos aspectos positivos.
Só ganhou um campeonato e 4 Taças da Liga? Sim, mas num ano jogou contra um Porto quase imbatível e no ano a seguir perdeu, aí sim, por culpa própria. Mas foi longe na Champions e este ano na Liga Europa. Mas Ferguson, que é Ferguson, esteve 3 anos para ganhar uma Taça e 4 para ser campeão. E Wenger já vai há 6 anos sem ganhar nada.
Tal como disse com Jesualdo, e recorde-se que fui contra a sua dispensa na altura, sou sempre favorável à continuidade. E, como na altura não via motivos para o dispensar, também agora não vejo motivos para dispensar Jesus.
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