segunda-feira, 29 de setembro de 2014

AS PRIMÁRIAS DO PS

Acabou o processo eleitoral mais "personalista" que me lembro. Em nenhum outro me lembro de ver o principal argumento ser "a minha sondagem é melhor que a tua", ou então "ou sou o melhor para concorrer com Passos porque as sondagens dizem isso", sem que se tenham visto grandes diferenças ideológicas entre eles. Não me lembro de nenhuma diferença substancial entre Seguro e Costa. A não ser a qualidade da imprensa: Costa tem melhor imprensa, bem mais tolerante, do que Seguro tinha, que não perdoava nada que corresse menos bem.

Mas adiante. Ganhou António Costa. Ganhou o regresso do socratismo ao PS, face a uma nova ala que pretendia renovar, sem o fazer de forma drástica (graças a um grupo parlamentar extremamente hostil), um partido histórico.

Ganhou o regresso do socratismo. O regresso das "eminências pardas" que têm guiado o regime nos últimos 40 anos. Os resultados são os que se conhecem. 3 bancarrotas deveriam ser mais que sinal de alerta para que tal se evitasse.

Passemos à fase seguinte. Costa diz que temos que abrandar a austeridade. E baseia-se num argumento falacioso. Diz que a austeridade era para controlar a dívida, mas que não resultou - temos mais dívida. O défice, diz, também era maior. Esquece-se é de dizer muita coisa. Repare-se:


  • O défice original era de 4,6% para 2011. O défice em Junho transposto a Dezembro seria quase 8%. Ou seja, quase o dobro. E passar de 4,6% para 3% é diferente de passar de 8% para 3%. Culpa de Passos que "prometeu" que não iria culpar o antecessor. Devê-lo-ia ter feito. Uma comunicação ao país seria mais que suficiente para explicar o que se passava.
  • A Dívida. Ora bem. Das duas uma: ou Costa mente de propósito ou então Finanças Públicas não constou da sua formação. Nem das suas leituras. Mesmo enquanto Ministro ou Deputado. Como é que seria possível baixar a Dívida com um orçamento com saldo primário (antes de juros) negativo? Não dá.
  • A Dívida (parte 2). Costa esquece-se de mencionar aquilo que Sócrates mencionou na campnha eleitoral de 2011: uma alteração metodológica da Comissão Europeia fez com que a nossa dívida tenha aumentado mais ou menos 20% a mais que o previsto.
  • A despesa pública. Santos Pereira, ainda enquanto professor no Canadá, explicou no seu blogue (Desmitos) que os juros incomportáveis a que Sócrates, na sua desesperada fuga para a frente (não critico Sócrates, ainda não havia nada seguro pela frente, mas poderia ter feito as coisas de outra forma) resultaram num aumento da despesa equivalente a mais 3.000 milhões de euros por ano. É o equivalente a um TGV por ano em juros. Ah!, quem dera termos sido poupadinhos...
Por isto, concluo que, a menos que António Costa mude de ideias e comece a apresentar alguma coisa que se aproveite, vou ter de votar em Pedro Passos Coelho. Não porque ache que ele seja o melhor, como há 4 anos, mas porque acho que é o menos mau. E isto não é bom sinal.

domingo, 28 de setembro de 2014

BENFICA 2014/2015

E tudo corre bem para os lados da Luz. 4 pontos sobre o Porto e 6 sobre o Sporting são uma boa margem de manobra para a época, ainda longa, que se avizinha.

O maior reforço, além da estabilidade que acontece todos os anos com a permanência de Jorge Jesus (nunca mais o Benfica terá um período assim quando Jesus sair), chama-se Enzo Perez. Exactamente por não ter saído. Jesus, com todas as suas virtudes e defeitos, gosta de tentar "inventar" jogadores, pondo-os a render onde ninguém imaginaria que eles rendessem. Fez com Coentrão, que era extremo, fez com Perez, que era extremo, com Matic, que era um médio centro mais ofensivo e transformou-o no sucessor de Javi Garcia. Por outro lado potenciou activos do clube de uma forma quase "assustadora" (no Porto então batia os recordes de vendas!). Potenciou Oblak, David Luiz, Garay (que chegou à Luz "acabado" para o futebol), Javi Garcia (foi dispensado pelo Real Madrid!), Witsel (40 milhões, num prazo de um ano?), Di Maria (o tal que nunca mais explodia...), Rodrigo, André Gomes, Markovic (vendeu por mais do dobro e era pouco conhecido), além de Coentrão. É óbvio que erra algumas contratações, mas as que acerta valem bem por todas as que erra. E pôs o Benfica a jogar um futebol que entusiasma os adeptos (nunca vi os adeptos do Benfica tão satisfeitos com a forma como a equipa joga - mesmo quando perde - até Jesus chegar ao clube). Méritos? Sim, são muitos!

Voltando ao assunto, Jesus gosta de inventar jogadores. E pensou que teria em Talisca um belíssimo médio centro. Não tinha. E Jesus deu a mão à palmatória e reconheceu isso. E contratou (ou mandou contratar) Samaris (internacional grego), para pegar de estaca (e pegou!, joga que se farta!) e Cristante, um jogador para ser o sucessor dele, formado nas escolas do Milan. E mandou Talisca para a posição dele, um jogador a fazer de Rodrigo. E resultou. Tirou partido das suas características, bem mais tecnicista que Rodrigo, e ele marca aos pares e já tem 5 golos.

Definitivamente, a pré-época este ano enganou-me bastante. Esperava bem mais do Porto (se bem que Lopetegui inventa muito e estraga tudo) e muito menos do Benfica. Mas para mim, neste momento, e para mal dos meus pecados, o Benfica prepara-se para fazer uma época ao nível da anterior. Se calhar está na altura de pensar no que é que se fez de bem no Benfica para que as coisas tenham chegado a este nível, não?

terça-feira, 23 de setembro de 2014

DEBATES DO PS

É deprimente ouvir os debates para as primárias do PS. Parecem aqueles miúdos que estão a jogar à bola e depois zangam-se e vão fazer queixinhas.

Acho que a agressividade entre os dois foi demasiada. Estão os dois a lutar a sério pelo cargo de "presidente de Junta". Estão demasiado engalfinhados e a ideia que trespassa é que têm os dois as mesmas ideias, mas que Costa se considera mais bem preparado. Tem boa imprensa, e uma opinião mais conhecida do que a de Seguro.

Seguro, por sua vez, está a lutar por aquilo que sempre sonhou: ser primeiro-ministro. Está sem nada a perder e então está muito agressivo e a lutar. Isso eleva os níveis de agressividade, que fazem com que Costa também tenha que ser mais agressivo.

Ou seja, têm sido debates com altos níveis de agressividade quer de um lado quer de outro. E, com isto, estão a dilacerar o PS ao meio. A ideia que dá é que eles não se podem ver um ao outro. E com um PSD partido ao meio, um PS partido ao meio e com pequenos partidos (exceptuando a eterna imutabilidade do PCP) a desfazerem-se aos bocadinhos (a história do "irrevogável" de Paulo Portas vai sair-lhe muito cara e o BE não conseguiu digerir a saída de Louçã), a coisa apresenta-se negra para coligações. E a coisa não vai ser nada bonita.

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

VERGONHAS

Somos um país de "artistas". É inexplicável a quantidade de coisas sem nexo que vai acontecendo neste país sem que nada aconteça. E sem que ninguém se lembre de dar uma sapatada no assunto.

Na sequência do fracasso do Mundial resolveu-se dar mais poder a Paulo Bento. Portugal perde com a Albânia e Paulo Bento é despedido. Aqui chegados, eu pergunto: mas não se poderia ter "despedido" o senhor seleccionador nacional antes de termos perdido os três pontos que, quase obrigatoriamente, teríamos que ganhar a uma selecção tão fraca como a Albânia? Resultado: agora, outra vez, vamos ter de correr atrás do prejuízo. E vamos ver como a coisa corre.

Umas semanas depois, Paula Teixeira da Cruz, ministra da Justiça, deu início à sua "emblemática" reforma. A plataforma estaria, segundo se previa, em condições para que tudo se iniciasse sem problemas. No dia, a plataforma crashou. À portuguesa. Agora está tudo parado. E nada anda. E ninguém sabia? Ou toda a gente sabia e nada se fez? E agora? Demissões? Nem vê-las. Responsabilização? Pelos vistos não existe.

Uns dias depois concluiu-se que a colocação dos professores também não tinha sido bem feita. Acontece que o Ministério da Educação tem um ano para preparar todo este processo. Não tem gente? Contrate! Não há dinheiro? Poupe-se nas compras, que andam a deslizar! Se não tivessem deslizado, o défice seria de 3.3% em vez de 4%. E a coisa seria resolvida com pinta!

Passos Coelho foi acusado de ter recebido dinheiro da Tecnoforma enquanto deputado. Afinal, não era deputado em exclusividade. Uma vergonha! Pelo deputado, hoje primeiro-ministro. Que raio! Então os deputados não o deveriam ser em exclusividade? Como raio hão-de defender os nossos interesses quando podem ter que defender interesses de quem lhes paga? Uma vergonha! Como raio um jornal publica uma notícia assim, sem sequer ter a certeza que não está a enfiar um barrete? Como pode um jornal basear-se em mandar tiros para o ar e jogar no "se acertar, que bom!, se não acertar, paciência!"? A vida das pessoas já não merece respeito?

Seguro apareceu a defender a redução do número de deputados. Agora aparecem os apoiantes de Costa dizer que é populismo e que a proposta não deveria ser feita nesta altura. Um deles é Jorge Lacão, ex Ministro dos Assuntos Parlamentares de Sócrates, que, na altura, defendeu... a redução do número de deputados. Pois, então! Haja honestidade intelectual! Ou então não...

São pequenos exemplos de como o país está. Uma vergonha!

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

VEDETAS

Estou a ver (abençoados streams) os jogos do Porto e do Sporting de hoje da Liga dos Campeões. Mais o jogo do Sporting, que o do Porto, a partir dos 5 minutos se percebeu que iriam ser favas contadas.

Ao ver o jogo do Sporting (não só o de hoje, mas também o do campeonato no fim de semana passado) lembrei-me de uma frase de Costinha (campeão europeu com o Porto, ex director desportivo do Sporting e ex treinador do Beira-Mar e do Paços, em todos os lados sem sucesso). Ele dizia que um jogador tinha nas mãos o poder de fazer de um treinador um Mourinho ou um azelha qualquer. Ele pelos vistos teve azar.

Mas não deixa de ter razão. Estou a ver William Carvalho a jogar. Nem parece o mesmo da época passada. Mas para bem pior. Não sei se é uma questão das funções que o treinador o pôs a fazer (que são sensivelmente as mesmas) mas mesmo naquilo que era forte no ano anterior este ano não o parece ser.

E levanta-se a questão. É falta de qualidade, ou birra por não ter saído? E como se adivinha a solução desta pergunta? E como se pode comprovar isso? Uma coisa é certa: William não está a demonstrar a mesma qualidade que tinha há um ano. E com grandes consequências para o Sporting.

Pelo processo inverso temos Nani. Um jogador que passou de detentor no melhor número de assistências para golo da Premier League em dois anos seguidos a proscrito, primeiro por Ferguson, depois por Moyes e finalmente por Van Gaal. Parece ter descoberto em Alvalade o caminho para voltar a ser determinante como dantes. Hoje mais um (bom) golo e foi o jogador em maior destaque no Sporting. E que pode ajudar a que Marco Silva possa fazer uma boa campanha em terras de Alvalade.

E existem mais casos onde isto se pode demonstrar. Qual a melhor solução? Não sei. Qualquer uma terá sempre muitos prós e muitos contras. Mas para o evitar nada como ter um plantel equilibrado, com duas alternativas a sério por cada posição. Que o dia Quaresma, que teve que fiar bem fininho com Lopetegui...

terça-feira, 16 de setembro de 2014

BENFICA X ZENIT

Na minha estreia como espectador de jogos de futebol ao mais alto nível (os jogos do Bila e do Cumieira não contam...) o Benfica perdeu em casa com uma equipa russa que pouco fez para ganhar o jogo.

Foi um jogo equilibrado que uma exibição paupérrima de Jardel (a jogar assim, nem no distrital tinha lugar...) e com uma frieza quase italiana (típica do clima soviético, se é que me entende). Villas Boas consegue tirar o melhor partido de Hulk (só jogou mesmo bem no Porto com ele e volta a jogar bem na Rússia com ele) e de Witsel (um médio de grande categoria e que melhorou no jogo de cabeça), para mim os melhores do Zenit.

Do Benfica, estranhei a colocação de Samaris de início (não pela qualidade que, viu-se, está lá) mas por ser novo, num jogo tão importante (como é o primeiro jogo da Champions) e depois por ter jogado na primeira parte tão junto aos centrais. Está bem que Jardel não sabe sair com a bola, mas na segunda parte demonstrou-se que, mais à frente, tem mais influência e pode dar mais qualidade à equipa no processo ofensivo. Estranhei a fadiga de Enzo Perez e confirmei a falta de confiança de Lima, que precisa de marcar com urgência ou então ir para o banco uns jogos. Derley não me pareceu ser grande alternativa e pode abrir-se a oportunidade (assim Jesus queira) de Nelson Oliveira poder justificar a tão reclamada utilização.

No fim, a reação dos adeptos foi de saudar, manifestando o seu apreço por uma equipa que jogou mais de 3/4 do jogo com menos um jogador em campo. Artur, para mim, foi mal expulso e notou-se uma diferença de critérios nas amostragens de cartões. O Benfica pode também queixar-se um penalty, algo forçado, sobre Enzo.

Quanto à Champions, com a vitória do Mónaco (a equipa mais fraca do grupo e dizem os resumos que levou uma lição de futebol em casa), a coisa pode ter-se complicado mais um bocadinho, mas penso que o Benfica, ganhando os jogos que faltam em casa e mais um dos jogos fora, empatando o outro e podendo perder mais um poderá passar à fase seguinte. Assim a sorte também queira alguma coisa com o Benfica.

sábado, 13 de setembro de 2014

NOSSA SENHORA DA PENA

Amanhã terminam as minhas festas relativas à época 13-14. Foram 33. E vou fazer uma das piores festas.

É uma festa que me dá cabo do juízo. Tem tudo, tudo junto, e numa enorme salgalhada. Resultado: nem bandas, nem ranchos, nem carros de choque, nem nada. Vale pela procissão, pequenina, mas com andores que batem o record do mundo.

De resto, de manhã um concertozinho, depois o almoço, e depois outro concertozinho, e depois os ranchos, a procissão, o jantar e outro concertozinho. Todos a rondar a 1h30. Chamam duas bandas para uma festa que se fazia bem com nenhuma. Nos concertos não se ouve nadinha (graças ao sonoro dos carrinhos de choque) e a festa é demasiado movimentada para tão pouco espaço. Por fim, o "conjunto" nem espera que as bandas acabem, e desata a tocar ainda as bandas estão nos coretos.

Enfim, uma valente confusão. Se eu mandasse, nunca mais lá ia. Mas como quem manda é o presidente...

MARINHO E PINTO

Se há pessoas que eu não gosto, é das oportunistas. Principalmente porque não são apenas oportunistas, têm problemas de carácter que eu não aprecio, de maneira nenhuma.

No início do mandato de Passos Coelho, a maior oposição não era de Seguro, mas sim de Portas. Não queria isto, e se fosse avante deitava tudo por terra, e depois, nas coisas boas, lá aparecia na fotografia a dizer: "Eu também cá estou". Mesmo que se soubesse que borrava a pintura toda fora da fotografia. Passos, e bem, chamou-o à pedra e ele teve de engolir os cortes e os impostos e tudo o mais.

Marinho e Pinto fez algo parecido. Poucos o conheciam quando chegou a Bastonário da Ordem dos Advogados. Fez um trabalho que é elogiado e criticado. Eu não digo nada, porque não percebo nada daquilo. Mas o que marcou mais foi o seu discurso, à justiceiro "Robin dos Bosques". E que, quando se candidatou, por um partido que lhe deu a mão (porque senão não podia ir), conquistou uma determinada percentagem de votos que o levou a ele (e a um companheiro de circunstância - não a de Vara) para Bruxelas.

Lá, deu-se conta que aquilo afinal não prestava. Mas continua lá a receber as mordomias que tanto critica. E agora, mais uma ferroada: vai criar um partido novo! Ou seja, de uma assentada, trai tudo aquilo que diz acreditar e respeitar, só porque teve uma determinada percentagem de votos. Que oportunista. O meu desejo é que seja feliz e que lhe aconteça aquilo que por norma acontece aos oportunistas. Mais nada.

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

PAULO BENTO

Vou ter de ser coerente e dizer que estava errado. Defendi, tal como aconteceu com Hodgson em Inglaterra, que deveria continuar. Apesar de tudo, tinha umas meias finais num campeonato da Europa (e com um grupo de fugir), o que, bem vistas as coisas não é assim tanto um sinal de incompetência.

Mas a incapacidade de renovar a Selecção e pô-la a jogar futebol (sim, que jogar à bola é diferente, e a Selecção até joga aos repelões que era de fugir), tal como aconteceu nos últimos tempos do Sporting, fazem-me acreditar que Bento não é treinador para grandes equipas nem para grandes desafios.

O jogo contra a Albânia, que eu não vi, mas li relatos (que valem o que valem), foi o corolário. Uma equipa que não o foi, que, sem Cristiano, é demasiado vulgar e que não tem ninguém que seja capaz de fazer a diferença.

Pelo que era então expectável que, mais dia, menos dia (eu não esperava tão cedo), Paulo Bento acabasse por sair ou por ser demitido. Foi a solução intermédia: um acordo amigável.

Sucessores? Toda a gente fala em Vitor Pereira (que para mim é um patinho feio, nunca me convenceu, mas que foi bicampeão no FCP), em Manuel José (que só deu provas do que valia no Egipto e no Boavista e, um bocadinho, no Belenenses), ou então em Fernando Santos (que saiu sempre pela porta pequena nos grandes em Portugal, foi campeão no Porto, foi quem mais luta deu ao Porto de Mourinho no Sporting, e o despedimento mais estúpido de Vieira, mas que nunca foi bem amado em nenhum dos três grandes), que fez um trabalho interessante na Grécia, tendo em conta os recursos que tinha à disposição. Dos três, não gosto de nenhum.

Quem escolhia? Não sei. Mas teria que ser alguém de fibra. Alguém que se impusesse pela sua personalidade e que não fosse influenciado por empresários. O problema é que não me lembro de ninguém assim que seja capaz de vir cá fazer qualquer coisa e que seja baratinho...

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

COSTA vs SEGURO

Tem sido uma campanha extremamente pobre. Ao contrário de todas as expectativas. A começar pelas minhas. Eu esperava uma campanha a sério. Onde se debatessem ideias e estratégias. A sério.

Mas não. Ou foi um que traiu, ou foi outro que não dava a injecção de confiança. Ou seja, questões que não interessam a ninguém. Ontem, na TVI foram 15 minutos a ajustar contas com o passado e mais 15 minutos a falar de mais não sei bem o quê.

Hoje já foi diferente. Já se debateu qualquer coisa. Quanto mais não seja para dizer que é mais o que os une do que aquilo que os separa. Costa diz, Seguro diz com outro nome. Seguro propõe, Costa propõe com outra capa. Mas, na prática é o mesmo.

Não se debate aquilo que se deveria debater. Finanças. Todos dizem que a dívida subiu por causa deste Governo e que o défice é maior do que o do Memorando. Todos demonstram ignorância no que toca a esta matéria. O défice derrapou porque já tinha derrapado antes de começar e por consequência a dívida também derrapa. Esquecem-se de falar na almofada de segurança que o Goveno foi criando (bem ou mal, isso é outra conversa).

Ou seja, estou curioso para ver o terceiro debate na RTP, daqui uns dias. Mas espero que seja mais elucidativo. Senão terei que votar em Pedro Passos Coelho. Desta vez não por ser o melhor, mas por ser o menos mau. E tenho pena.

BAIXA E ALTA AUTO-ESTIMA

Uma série de conversas que tive com diversas pessoas nos últimos tempos revelaram-me que sofro de um problema chamado baixa auto-estima.

Por norma tendo a valorizar aquilo que faço menos bem e a desvalorizar aquilo que faço bem. Considero que aquilo que faço bem resulta de uma obrigação que tenho (afinal, tenho cérebro para alguma coisa deve ser) de o fazer e, quando não o faço é porque deveria ter feito e não usei todas as minhas capacidades.

Como por norma são mais as coisas que faço bem do que as que faço menos bem, cognitivamente posso também sofrer de um bom problema chamado "alta auto-estima". Pelo menos pensava eu. Afinal, também podia pensar que errar é humano e que as coisas boas que vou fazendo me podem aumentar a auto estima (um bocadinho naquela do: "estás a ver como és capaz? é só fazer!"). Mas eu prefiro pensar pela primeira forma, uma vez que me obriga a ser exigente comigo próprio. Pelo menos a meu ver. Se eu puser a minha fasquia mais alto, mais difícil se torna de os atingir. E se não os atingir, a minha auto-estima baixa.

Onde tenho, definitivamente, um problema de baixa autoestima é na parte da aparência física. É também fruto dos "brindes" de que fui alvo durante toda a infância e início da adolescência (quem me conhece sabe bem do que falo). Tornaram-me muito menos confiante que a maioria dos rapazes da minha idade. E que me tornam muito mais tímido no que toca a relações com o sexo oposto. E que me fazem pensar sempre que nenhuma rapariga, que eu considere interessante (claro!), se irá interessar por mim.

É também por isso que toda a gente me pergunta porque é que eu nunca arranjei uma namorada. É tão difícil de entender assim?