quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

2014: BALANÇO

2014 foi um ano extremamente agitado. Não sei o que diziam os astros, mas foi um ano cheio de coisas irrepetíveis, para mais tarde recordar.

Foi o ano de tudo. Ex-ministros que foram condenados (e um até preso), um ex-primeiro-ministro que foi indiciado de um crime de corrupção (se o enriquecimento ilícito tivesse sido aprovado era um instantinho...) e algumas das mais altas figuras da administração do Estado que foram de cana. Como consequência, um ministro demitiu-se. Foi o ano do caos na Justiça (só em parte, não no todo - o Citius não é uma plataforma para todos os processos, só de uma determinada área), uma nova reforma que começou mal, mas que pode ser interessante, do caos no concurso dos professores (para quando são as escolas que se gerem e escolhem quem entendem para dar aulas, em vez de um concurso que é demasiadamente burocrático e um erro deita tudo a perder?) e dos seus pedidos de desculpa. Foi o ano da reforma do IRS e da Fiscalidade Verde. Foi o ano do Ébola e da Legionella, da Guerra na Ucrânia, e da crise, eterna, na Faixa de Gaza. Foi o ano do Mundial que correu mal e que a culpa foi da equipa médica (e depois, finalmente, do seleccionador, claro!), do Benfica ter ganho tudo em Portugal (e sim, com justiça!), das primárias do PS (algo inovador e extremamente interessante!), da resolução do BES (bastaria estudar o grupo que isso era previsível, mas os nossos media continuam na mesma e foram "surpreendidos" - ah!, e corajoso quem deixou cair o grupo!). Da saída de Alberto João Jardim do PSD-Madeira (parece que vai para deputado!) e das greves na TAP (cada vez mais me dão razão para privatizar a TAP!). E, claro, da eleição do cante alentejano como Património Imaterial da Humanidade. Enfim, tanta coisa para mais tarde recordar.

Foi o ano da morte, não de Ricardo Reis, mas de Eusébio e Mário Coluna, Joe Cocker, Ariel Sharon, Claudio Abbado e Gerard Mortier, Soares Carneiro (o Candidato de Sá Carneiro a PR, que perdeu contra Eanes), Luis Aragonés, da Duquesa de Alba (que já devia uns anos ao túmulo), D. José Policarpo, Medeiros Ferreira, Gabriel Garcia Marquez, Tito Vilanova, Veiga Simão, Rodrigo Menezes, e de mais uns quantos (que o Público tão bem exemplifica). Da crise do Meco, da vitória de Rui Costa na Volta a Suiça e da saída da troika de Portugal (e depois o BES caiu). Foi um ano com coisas boas e más. como todos os outros.

Para mim foi mais um ano. Arranjei finalmente emprego (estou na contabilidade do Instituto de Medicina Molecular), acabei piano (e finalmente o curso do Conservatório!), fiz uma marcha, dois arranjos e dei aulas pela primeira vez na minha vida (foi extremamente gratificante!). O emprego fez-me sacrificar algumas coisas que concluí que também não quero perder (nem de perto nem de longe!) e as bandas e tocar com os meus amigos continuam a ser os meus maiores prazeres. Descobri um prazer maior, a composição (é uma das minhas áreas de eleição, só tenho de aprender mais um bocado da coisa) e decidi que quero ir tentando explorar ao máximo essa área, na medida das minhas possibilidades. Foi um ano em que descobri que não vale a pena lutar contra o destino - ele está traçado e lutar contra ele não traz nada de excepcional, bem pelo contrário. Foi o ano em que me apaixonei e me desapaixonei (c'est la vie...) e que, menos mal, consegui ir mantendo algumas das minhas capacidades a tocar clarinete, um dos grandes prazeres da minha vida. O ano em que fiz mais viagens Vila Real-Lisboa-Vila Real e que descobri que 5 horas de autocarro não são nada, ou são uma tortura, conforme se vá para onde se gosta ou para onde não se gosta de estar. Sim, Lisboa é o centro do mundo português, mas eu continuo a preferir Vila Real, de longe. O ano em que deixei de dar catequese (a vida em Lisboa e das bandas não dava para conciliar tudo...).

E que venha 2015. E Deus queira que seja melhor que 2014. Mesmo que à partida possa não parecer.

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