sexta-feira, 1 de maio de 2015

JULEN LOPETEGUI

Poderia começar pelo que aqui escrevi há uns meses, quando falei do que poderia ser o FC Porto para 2015. Mais uma vez, infelizmente, confirmou-se o que previa.

Lopetegui tinha tudo para ser, das duas uma, ou uma aposta de sucesso ou um "barrete" dos antigos de Pinto da Costa. Ao contrário de Paulo Fonseca e mesmo Vitor Pereira, não se pode, de forma nenhuma, queixar do plantel que o clube lhe pôs à disposição. Com bom jogadores em todas as posições e alternativas minimamente decentes para o caso de elas falharem.

Helton (Fabiano); Danilo (Opare - porque é que foi emprestado?); Alex Sandro (Angel - não me parece mau jogador, mas precisava de ter jogado mais); Maicon, Marcano, Martins Indi e Reyes (só Reyes é que não é "bom" mas penso que precisa de ser emprestado a um Guimarães para crescer), Casemiro (se calhar aqui Ruben Neves parece ser a que menos convence, mas eu acho que o miudo é muito bom e deveria ter jogado mais), Oliver, Herrera, Quintero (com um ocaso incrível quando estava a jogar bem), Brahimi, Tello (bom jogador, mas inconsequente, penso que precisa de crescer muito mais, mas para o ano será um jogador interessante para o plantel), Quaresma, Jackson (com Aboubakar, finalmente uma alternativa, que mal jogou), enfim, um plantel que servia e mais que chegava para fazer uma época decente.

Tal como digo em relação aos maestros das bandas, se eles não sabem onde se vêm meter, então, por melhores que sejam, não vão ser bons e suficientemente competentes a fazer o trabalho a que se propõem. Porque não é aquilo que era suposto fazerem, e porque aquilo que se propuseram fazer não se encaixa no ambiente onde estão inseridos. Lopetegui foi o caso mais exemplificativo daquilo que digo.

A rotação de plantel que Lopetegui criou foi no mínimo um disparate pegado. Com todas as suas consequências. Empata em casa com o Boavista, perde em casa com o Sporting para a Taça (a segunda mais importante competição nacional vai pelo cano assim, com um disparate de equipa!), empata no Estoril (onde volta a rodar metade da equipa e aposta em Adrian Lopez como 2º avançado), e só assim se perdem os pontos suficientes para o Porto, mesmo perdendo em casa com o Benfica (já nem falo nisso, Adriaanse também perdeu os dois jogos com o Benfica e foi campeão na mesma...), estar à frente.

O pior, no meio disto tudo, é mesmo ver que Lopetegui não tinha um plano B. Ou as coisas corriam como previsto, ou então, se fosse preciso mudar, não havia essa capacidade. Foi assim em todos os jogos. Não houve um "passe de mágica", um plano B, uma coisa qualquer que permitisse dar a volta aos jogos menos bons que podem sempre acontecer. Foi assim com o Boavista (Mourinho e Villas Boas tinham ensaiado esquemas para o Porto quando estivesse a jogar com 10), com o Estoril, contra o Sporting para a Taça (e para a liga não levou uma coça por sorte, mesmo com a última oportunidade de Tello) e contra o Benfica em casa.

O cúmulo foi o jogo no Estádio da Luz. Nesse aspecto tenho de tirar o chapéu a alguém que critiquei muito aqui, Vitor Pereira. Nos jogos com o Benfica o Porto não facilitava e anulava o Benfica e jogava de igual para igual os jogos na Luz. No Domingo passado vimos um FC Porto a jogar para não perder na Luz. Lopetegui teve medo e preferiu não perder a ganhar na Luz. Resultou. Não perdeu. Mas não ganhou. Ficou tudo na mesma. E o Benfica será o campeão de 2014/2015. E justamente. Um treinador que prefere não perder a ganhar jamais poderá ser campeão.


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