Dou inúmeras vezes o exemplo de Alex Ferguson como alguém que esteve 3 anos para ganhar o primeiro troféu no Manchester United para justificar que um treinador deve ter a maior estabilidade para trabalhar e que os resultados consistentes não aparecem de repente.
Jorge Jesus é o segundo exemplo de que me socorro. Depois da temporada brilhante de 2014, voltou a cumprir o maior objectivo do clube uma época depois. Não adianta mencionar as complexidades de calendário ou as atenuantes das lesões. Ele ganhou. O clube dele ganhou. Os outros não.
Então, para começar, os meus parabéns a Jorge Jesus e ao Benfica, para mal dos meus pecados.
Este campeonato é o exemplo mais crasso de um clube que preferiu a estabilidade a uma mudança contínua na forma de pensar o futebol. Nesse aspecto, Vieira tomou uma decisão de líder, quando há dois anos preferiu manter Jesus em vez de seguir a opinião dos adeptos e demiti-lo. E com isso teve ganhos. No ano subsequente ganhou tudo em Portugal, com um dos melhores plantéis que o Benfica teve na sua história recente. E este ano teve que refazer tudo de novo. Saiu o GR titular, o DC, DE, MC, ED, e um dos PLC. Isto, assim de memória. E nesse aspecto, o facto de ter uma estrutura estável permitiu contratar os jogadores adequados para os substituir. E foi aqui que o Benfica ganhou. Não teve que andar a fazer experiências. Decidiu que queria os jogadores com determinadas características pretendidas pelo seu treinador, viu o mercado, comprou os que podia, e a máquina, depois da habituação, voltou a carburar. Não como dantes, porque os jogadores eram diferentes, mas voltou a carburar.
Depois há que tirar o chapéu a Jesus. Com menos qualidade conseguiu fazer um belíssimo campeonato. Nenhuma das alternativas era melhor do que os que sairam (daí a máquina não ter carburado como dantes) mas conseguiu à mesma uma equipa capaz de dominar os jogos contra 80% das equipas e de controlar com as restantes. Foi mais que suficiente. Depois não há campeões sem sorte. Os dois golos no Dragão e o empate de Alvalade deram o empurrão para que o Benfica fosse o campeão nacional de 2015.
Não vou falar dos árbitros. Poderia, mas não falo. Porque o principal adversário não teve um treinador à altura dos acontecimentos e perdeu pontos impensáveis. Quando devia ter jogado para ganhar, preferiu jogar para não perder. E quem joga assim jamais pode querer ser campeão.
Agora venha 2015/16. De preferência com uma estrutura no Porto que perceba o que falhou e que não cometa os mesmos erros. Quando ao Benfica, acho que Jesus merece todo o esforço que se faça para que fique no Benfica. Pelo menos para os Benfiquistas. Se não ficar, o Benfica parte sem uma grande parte do avanço que teve este ano. Vamos ver o que o futuro nos reserva.
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