Foi nos últimos dois dias o debate na especialidade do OE para o ano de 2011.
Foi um debate com um tom extremamente agressivo, como já é hábito, principalmente desde que Pedro Passos Coelho e Miguel Macedo assumiram as
funções que ocupam presentemente. Este tom foi, aliás, alvo de uma consideração
de Cavaco Silva, de que não seria o tom mais recomendável.Mas não é por isso que escrevo este post. Até porque no debate que ocorreu na parte da manhã do primeiro dia não ocorreu nada de extraordinãrio. Os líderes parlamentares e os líderes dos partidos lá representados não disseram nada de extraordinário. Até Miguel Macedo disse aquilo que todos já sabiam, que o Governo já não terá perdão caso falhe. Se isso acontecer, aparecerá uma moção de censura e Sócrates, caso ela for aprovada, terá de ir a eleições.
Mas escrevo este post por outro motivo. Faço-o para ressalvar uma intervenção feita por uma senhora na quarta-feira de manhã, e da qual os jornalistas retiraram a
parte que mais lhes interessava. O que não significa que seja a parte mais importante. Fizeram aquilo que eu faço com o arroz de feijão. Como eu não gosto de feijão, deixo o feijão no prato e como o arroz. E os jornalistas fizeram o mesmo. Falo, pois claro, de Manuela Ferreira Leite.Fez-me impressão ouvir dizer que ela disse que este Orçamento era o que o país necessitava. Que era inevitável. Ainda para mais por ter vindo escrito num semanário que ela tinha dito que "quem fez esta vigarice, deveria ir preso". Pois. A vigarice não era o Orçamento. Era a situação a que o país chegou e que nos força a isto.
Fui então ouvir a intervenção que a senhora fez.
http://www.gppsd.pt/news_v.asp?id=1390
Pois não tem rigorosamente nada a ver com isso. E Sócrates tem aquilo que eu
já desconfiava. Um problema muito sério de interpretação da mensagem que recebe. E que o devia remeter para umas aulas do 4º ano de escolaridade. Sócrates, que tanto elogiou esta senhora, não compreendeu nada daquilo que ela disse.Este é, de facto, o OE que o país precisa. Porque o país está muito mal. E isso Sócrates não ouviu. E está muito mal por culpa quase em exclusivo deste homem. Graças a um endividamento enorme e a um crescimento reduzido, estamos nas mãos daqueles de nos emprestam dinheiro. Quem manda é quem paga. Para sermos economicamente independentes, temos de nos manter dentro daquilo que podemos pagar. Senão, vamos ter de pagar a factura conforme no-la exigirem. O que, de facto, está a acontecer. Foi assim, por palavras minhas, o inicio da intervenção de MFL e o resto está na hiperligação a que remeto quem quiser.
Foi uma verdadeira lição de como gerir a coisa pública em 10 minutos. E uma crítica a todos, desde Sócrates a Passos Coelho, os responsáveis políticos. É necessário pôr o pais à frente de todas essas tricas e mais não sei o quê. E homens como Sócrates e Santos Silva, que voltou a ser aquilo que não deve ser, não são os mais adequados. Pena é que o Ministro das Finanças, em quem muito boa gente confiava, esteja a ir pelo mesmo caminho. Assim não vamos a lado nenhum.
Venha agora a especialidade. Já há rumores de que a errata distribuida aos Deputados não se explica só com a mudança contabilística. E espera-se que este orçamento seja expurgado das coisas mais estapafúrdias que para lá constam.
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
OE 2011 - DEBATE NA GENERALIDADE
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