segunda-feira, 27 de agosto de 2012

RTP

Só falto mesmo eu dar a minha opinião sobre a RTP.

Primeiro, não conheço estudos nenhuns sobre a melhor solução para a RTP. É por aqui que quero começar. Portanto, tudo aquilo que escrevo é apenas uma opinião, que pode ser mudada pela base, caso me garantam que ficar com a RTP é lucrativo.

Quando se diz que a RTP deu lucro nos dois últimos anos está a incorrer-se numa falácia. Falácia, porque apesar de ser verdade, o Estado teve de injectar quase 350 milhões de euros para cobrir o serviço da dívida que a RTP foi acumulando.

Para além disso, quer a SIC, quer a TVI, quer alguém que tome conta da RTP pode fazer aquilo que se chama de "serviço público". Mas tanto enfoque nesta expressão, quase faz subentender que existe um "serviço privado", com toda a conotação negativa que os portugueses, tendencialmente de esquerda, lhe aplicam. Ora, este último "serviço" não existe, pois não? É sempre público, podendo ser prestado por entidades públicas ou por privadas.

O fecho da RTP 2 é do mais elementar acto de gestão. Se não tem audiências, para que raio deveria manter-se em funcionamento? Porque raio é que o Estado tem de aguentar algo que em condições normais qualquer empresa não aguentaria? É que foi este tipo de raciocínio, de querer chegar a todos os lados, que nos pôs no sítio a que chegamos há um ano e pouco.

Pelo que sou até absolutamente a favor do fecho da RTP. TODA! Sem concessões, vendas, PPP ou de outra maneira qualquer. FECHAR PARA BALANÇO! O problema é que temos uma constituição que não o permite. É uma constituição defeituosa e que tem problemas por todos os lados. Mas é a que temos e temos que nos aguentar. Ou mudá-la.

Pois...mas isso parece que a nossa classe política não quer...

terça-feira, 21 de agosto de 2012

ATITUDES ERRADAS...

Todos, toda a vida, iremos sempre tomar atitudes erradas. Apenas temos de as reconhecer e corrigi-las, mesmo que para isso tenhamos que pedir desculpa, algo que, como se imagina, custa.

Todas as pessoas querem mais da sua vida. São ambiciosas. Querem mais, porque acham que têm qualidades para mais. O problema é, se para quererem mais, tomam opções que podem parecer as mais correctas e são as mais erradas.

No futebol, no basquetebol, nas bandas de música, todos querem mais dinheiro. Adrien é um bom exemplo disso. Quer mais dinheiro e sujeita-se a ir para uma equipa do meio da tabela só por causa disso. Anda, nitidamente, a ser enganado. Nas bandas de música, os músicos querem mais dinheiro. E os que têm qualidade para isso podem andar a circular de banda em banda à busca desse desiderato. Por vezes preferindo bandas mais fracas, mas que paguem mais.

O problema é quando se quer tudo ao mesmo tempo. Andar num lado e no outro ao mesmo tempo. Num mercado não regulado - mesmo, não regulado! - acontecem esse tipo de coisas. E depois o músico fica mal na fotografia. "Não se pode servir a dois senhores" ou "não se pode fazer um pacto com Deus e outro com o Diabo ao mesmo tempo". E depois tomam-se medidas extremas. E corta-se. Para o bem e para o mal.

Tudo isto porque conheço várias pessoas que tomaram esse tipo de atitudes e que agora têm de viver com elas. Porque assumiram com dois patrões, quando só podiam assumir com um. E depois, em "desespero", tomam-se atitudes erradas, corta-se a direito, quando, sinuosamente, se poderia chegar a uma solução mais adequada para todos.

Fica a ideia. Não se pode servir a dois senhores. Dá sempre para o torto.

sábado, 4 de agosto de 2012

JOGOS OLÍMPICOS 2012

A nossa participação em Londres tem sido uma miséria. Medalhas, nem vê-las. As nossas principais esperanças caem ao final das primeiras rondas e só mesmo as surpresas é que fazem melhorar a nossa auto-estima.

Podia estar aqui a criticar Telma Monteiro (vice-campeã europeia), João Pina (que já fez grandes campanhas e que honrou a bandeira nacional), Patrícia Mamona (vice-campeã europeia de triplo salto), mas não o vou fazer. Porque o problema não está neles, mas nas condições que lhes dão, desde cedo.

Vou ser o mais claro que conseguir. Falta trabalho de base no desporto português. Não é por a selecção de futebol conseguir fazer o poucas fazem que está tudo bem. Faltam condições de trabalho aos atletas. Faltam condições para formação. Porque sem uma formação decente, não há atleta, por mais talentoso que seja, que consiga depois ombrear com os melhores.

A única modalidade em Portugal onde já existem condições para formação é, para não variar, no futebol. Ironia das ironias, aposta-se em argentinos, peruanos, brasileiros e afins. Portugueses, é para o tecto. É lamentável que assim aconteça, mas é a realidade. E só estou a ver a coisa a mudar quando mudarem estes dirigentes e se passe a apostar em clubes financeiramente sustentáveis e não com passivos de 200 ou 300 ou 400 milhões de euros, que podem, a qualquer momento, falir. Sim, FALIR (aliás, já estão em falência técnica...no dia em que os bancos fecharem a torneira, que pode estar próximo, vamos deparar com casos desses aos pontapés...)!

Em todas as outras modalidades, as condições de trabalho continuam na mesma. Só agora é que surgiram os Centros de Alto Rendimento. Que só vão minimizar as perdas. Que, face ao outros países (vejam a China, que ninguém dava nada por ela e que se enche de medalhas!!!), que propiciam essas condições desde a formação, estamos em grande desvantagem! Que só se resolve quando se começar a investir em pavilhões com condições em vez de auto-estradas, em pistas de atletismo em vez de pontes sem necessidade de existirem! Enfim, onde se invista no essencial em vez do acessório.

Ao mesmo tempo, torna-se essencial investir também em matéria humana qualificada. Por exemplo, é um holandês que vem treinar os indivíduos (que me perdoem, mas eu não sei o nome deles...) que concorreram no remo.

E depois disto tudo, é importante que se trabalhe logo na formação. De modo a que, caso entendam ser profissionais, com todas as condições, possam ombrear com os melhores do mundo. E aí, sim, já podemos dizer que nos desiludiram ou que não fizeram o suficiente.

Até lá, participarem já é muito bom e fazerem bons resultados já é uma maravilha.

OS INDIGNADOS...SEM RAZÃO!

Tenho visto por aí muitas manifestações no facebook, através de fotografias que se vão espalhando pela rede, de indivíduos que se queixam que Paes do Amaral tem não sei quantas empresas, que Ronaldo ganha não sei quanto por mês e que apareceu no estágio da selecção de bólide e que isso era um desrespeito pelos Portugueses, que estão no meio de uma crise como não há memória.

Lamento que em Portugal se continue a pensar como em 1975, por alturas do PREC, em que tudo tinha que ser de todos e se procedeu a uma nacionalização injustificada de todas as fontes de criação de riqueza privada e que levou a uma fuga de capitais sem precedentes do nosso país.

Que moral têm as pessoas em criticar alguém que, com o seu dinheiro, cria postos de trabalho em Portugal? Que cria rendimento para os outros? Seria preferível o quê? Dar o dinheiro aos outros, sem mais nada, como bons samaritanos? Será que quem critica tanto a classe mais rica o faria? Por amor de Deus, tenham noção do ridículo, sim?

Quem tem o dinheiro (e o consegue multiplicar, diga-se...) tem todo o direito de o gastar onde quiser e ter fontes de rendimento onde as quiser. Pode ter uma, duas , vinte ou setenta e três empresas. Que o ponha a mexer como quiser. Quem não tem e tanto se indigna, pode sempre fazer umas poupanças e iniciar uma PME neste país, de preferência com ideias de exportar, uma vez que o consumo interno não vai ter tendência a crescer tão cedo. Quanto a apoios, tem sempre os bancos de investimento e empresas que apoiam este tipo de investimentos. Podem não ser conhecidas, mas existem, e quem estiver interessado é que tem de fazer uma pesquisa, não é?

Caso contrário, que se conforme e que se contente com o que tem, que já não é mau, uma vez que há muito boa gente que pode bem estar pior.