terça-feira, 7 de outubro de 2014

GOSTAR DAQUILO QUE SE FAZ

Acho que é uma coisa banal na vida de qualquer adolescente. Afinal, no sistema educativo português é aos 17 anos, se tudo correr pelo normal, que se decide o que se vai fazer no futuro. Pelo que é nesta altura que se espera escolher o que se pretende fazer para o resto da vida.

À partida escolhe-se uma carreira, digamos, tradicional e nesse caso as coisas correm de acordo com o previsto. Nascem os professores, engenheiros, economistas, gestores, designers e outros assim. Ou então escolhem-se carreiras artísticas e então surgem os músicos, os compositores ou os pintores. Neste caso, das duas uma: ou se conta com o apoio familiar (sim, este é extremamente importante, no sentido de dar alguma estabilidade a uma vida que é bastante incerta) ou então abre-se uma guerra intra-familiar no mínimo muito forte porque é difícil compreender como se pode apostar numa vida assim.

É, assim, da mais elementar lógica, que as famílias tenham um papel importantíssimo. Elas podem ser (des)incentivadores da prossecução deste tipo de vida. No caso de serem desincentivadores, contribuem para que os futuros adultos possam ter uma vida menos feliz. Afinal, não seria exactamente aquilo que era o idealizado, mas seria sempre um plano B. O que não é mesmo o ideal.

A questão prende-se exactamente neste ponto: gostar daquilo que se faz vs não gostar mas ter uma vida (mais) estável. Ora bem. Não sei bem o que dizer sobre isto. Eu sou um daqueles que supostamente teria tudo para ser um clarinetista bem sucedido, mas que pressões domésticas induziram a que fosse seguida uma outra via. A menos má.

Ora bem, a minha geração diz que eu sou um estúpido, a geração dos meus pais diz que eu sou um génio. No meio disto tudo, não desgosto daquilo que faço, mas também não é o meu emprego de sonho. E agora?

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