No início de mais uma sessão legislativa tivemos um exemplo de algo que jamais deveria acontecer.
Nas comemorações de não sei bem o quê, a Assembleia da República decidiu expôr os bustos de todos os chefes de Estado da República. Incluindo todos aqueles que pertenceram ao Estado Novo.
Até aqui nada demais. Afinal, foi uma fase da nossa história que, gostemos ou não, devemos registar. Ora, determinados partidos na nossa AR pensaram que seria útil fazer um salto em frente na história e não expôr os bustos do tempo do "fascismo". Escrevo com aspas, pois, como é bom de ver (e de insistir), o regime de Salazar e Caetano seria tudo menos Fascista. Basta compará-lo com o de Mussolini e ver as diferenças.
Quanto a isto, apetece-me dizer duas coisas simples. Primeira, que branquear a nossa história não é do interesse de nenhum português. Mesmo que a história não seja do nosso agrado. A nossa história é essa mesmo. É Salazar e Cunhal. É Leonor Teles e Nuno Alvares Pereira. Todos eles contribuíram para a nossa história e não seria correcto saltar um período, apenas porque é mau e recente.
A segunda coisa simples que me apetece dizer é que, seguindo o mesmo raciocínio, também não poderíamos ter os Chefes de Estado da Primeira República, uma vez que, como líderes, foram coniventes com Ditaduras e Fraudes de Governos essencialmente de Esquerda. Mas neste caso ninguém se levantou contra isso. Pergunto-me porquê...
Posso ainda dizer uma terceira coisa: o PCP deveria ser o partido que mais calado deveria estar nesta matéria, uma vez que os únicos Governos Comunistas que hoje sobrevivem governam em Ditadura, e têm países muito poucos desenvolvidos. Rússia, China (apesar de todo o crescimento, continua com um povo muito pobre, sendo a riqueza para as elites), Coreia do Norte e Cuba são os exemplos mais concretos.
Por outro lado, apesar de ainda não dominar bem essa matéria, após o 25 de Abril de 1974 até fins de Novembro de 1975 Portugal esteve em risco de se tornar numa nova Ditadura. Desta vez, de esquerda. Dizem os registos que estivemos a curta distância de nos tornarmos numa Cuba europeia. Ora, não creio que seria bonito começarmos a seleccionar também este período da história, aliás, muito fortemente ligado ao Partido Comunista.
É mais uma das razões para eu não gostar dos partidos de esquerda. Moralistas, mas só para aquilo que lhes convém.
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