sábado, 18 de outubro de 2014

FC PORTO 2014/15

A exibição de hoje do Porto é o espelho de tudo aquilo que tem feito esta época. Tudo aquilo que hoje é criticado já existia há 3 meses, há 1 mês ou há 20 dias. Está tudo lá. Há 3 meses ganhou, hoje perdeu.

As perdas de bola em fase defensiva, na chamada primeira fase de construção, foram responsáveis por inúmeros calafrios e, pelo menos (porque foi o que eu vi), um golo. O segundo, uns minutos após o golo do empate. É, no mínimo, suicida esta forma de jogar. Brahimi já tinha perdido uma bola assim, Oliver também e hoje foi a meias entre Casemiro e Maicon. Além dos já referidos inúmeros calafrios.

Aquela forma de jogar, de passes sucessivos, obriga a que exista uma coisa a que eu chamo criatividade. Ou seja, não basta fazer passes para o lado e para trás, mas importa fazê-los em progressão. E isso implica entrar pelas defesas adentro. E Xavi e Iniesta faziam, com Guardiola, como ninguém essa progressão. O Porto para isso tem Herrera, Casemiro e Ruben Neves. Nenhum o faz.

Não há duas equipas iguais. Nem um treinador deveria ter uma só forma de jogar. E Lopetegui só joga desta forma. Hoje o Porto teve Quintero. Era o único que trazia algo de diferente ao jogo. E foi dele o passe que deu o golo a Jackson, o eterno "abono de família" da equipa. Mas quanto a ele já lá vamos. Nos extremos tínhamos Adrian (quem? quanto custou? 11 milhões por um suplente o Atlético de Madrid? porquê?), que raramente joga, e Oliver, mais um criativo. Ou seja: extremos nem pensar. Nem Guardiola o fazia.

O mais cómico no meio disto tudo é que as primeiras partes dos jogos do Porto são quase sempre deprimentes. Com o Braga e em Alvalade isso ficou mais que comprovado. Mas em ambos os casos, as segundas partes trouxeram uma dupla substituição (como hoje). Depois não se tem senão mais uma alteração para poder trazer algo de novo ao jogo. E por norma as alterações são sempre as mesmas. Sai um médio (por norma o que joga pior - ao menos isso!) e um dos "extremos", por um dos extremos puros. Depois ou se mete mais um extremo ou um Ponta de Lança e nunca os dois, porque só se pode fazer uma alteração.

A última questão de forma prende-se pela rotatividade. Sim, faça-a, por favor. Tem plantel para isso, então faça-a. Mas não abuse dela. É a mesma coisa que comer laranjas porque são fonte de vitamina C. Mas se comer laranjas a mais apanho um excesso de vitamina. E essa rotatividade é um abuso. E tudo o que é demais é moléstia, já dizia a minha avó.

A questão do conteúdo é a mais grave. Lopetegui insiste numa forma de jogar quase suicida, que complica a saída de jogo que deveria ser simples. Resultado: Óliver, Brahimi, e Casemiro já cometeram três deslizes e com duas delas o Porto não ganhou o jogo.

Eu não sou ninguém para dizer isto, mas Lopetegui é demasiado arrogante na preparação dos jogos. A rotatividade sem nexo demonstra que acredita que qualquer um serve para ganhar. Mas não chega. E volto à questão dos extremos. Joga sem extremos. Sem ninguém que tire um coelho da cartola e que faça a diferença. Depois queima uma substituição e mete Tello. E o Porto é outra equipa. E o futebol, ao fim de 3 meses é pouco menos que inseguro. Há muita incerteza ainda na forma como se joga. E, para disfarçar a incompetência, Jackson tem marcado muitos golos e tem disfarçado todos estes problemas. Menos mal.

Mordo a língua cada vez que vejo um jogo do Porto. Vítor Pereira é muito melhor que todos aqueles que o substituiram. E hoje todos os adeptos do Porto já devem ter saudades daquele indivíduo que lá ia fazendo o seu trabalho com um plantel extremamente reduzido. Com este plantel, Vitor Pereira ganharia o campeonato ainda com mais pontos e com um futebol bem melhor. Critiquei-o. Mas é bem melhor do que todos os que o sucederam. Lopetegui é outro Jorge Jesus, mas com uma grande diferença. Percebe bem menos de futebol.

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