quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

ALEXIS TSIPRAS

Por estes dias não se fala de outro homem à face da Terra. Para uns conta "histórias de crianças" e para outros foi o primeiro a fazer tremer Angela Merkel. Nas palavras de uma nossa eurodeputada, temos "finalmente um primeiro-ministro que defende os portugueses". Sim.

Pelo menos uma coisa é certa. Ainda não é desta que regressamos à normalidade. Mas vou começar pelo princípio. Tsipras foi eleito a um Domingo, tomou posse a uma segunda-feira e, penso, até ao final da semana seguinte tinha o Governo formado. Com coligação. À portuguesa só funcionaria quase dois meses depois. Bravo!

Depois foi um roteiro pela Europa. Chega a casa pior do que o que foi (o BCE tinha acabado de tirar o tapete que faltava) e é recebido em festa. Nós temos a nossa dignidade. Não queremos mais ter austeridade. E mais uma série de afirmações que visam criar uma identidade completamente diferente da de Samaras, o lider da oposição (engraçado, o ex-primeiro-ministro é o líder da oposição, em Portugal ter-se-ia demitido).

Ao que parece, falava-se em reestruturação, em mais um perdão. Mas agora fala-se em renegociação. Falava-se em mandar o Memorando à fava, agora até se cumpre mais de metade (sempre é melhor que o caso Português, que só cumpriu 33%). E a Alemanha a manter a compostura e a dizer que não há mais nada para ninguém. E outros ministros das Finanças a solidarizarem-se com Tsipras. Contudo, tudo gente que não tem, penso, grandes problemas com dívida ou com défice.

Hoje fomos ao mercado. Não ao da fruta. Ao Financeiro. O que nos empresta dinheiro. Portugal e a Grécia conseguiram mais ou menos a mesma taxa: 2,5% de juros. A diferença está que Portugal foi uma dívida a 10 anos e a Grécia uma dívida a 6 meses. É só uma "curta" diferença.

Hoje, os chefes do Governo dos países do Euro estiveram reunidos. Não chegaram, mais uma vez, a acordo. Não interessa. Pedimos ajuda aos Russos (até lhes oferecemos umas bases aéreas e umas passagens para os gasodutos). Pedimos ajuda aos Chineses (que ainda não sabem de nada) ou até mesmo aos americanos (que só dizem cobras e lagartos da austeridade).

Pelo caminho ameaçam dizendo que se cairmos, não caímos sozinhos. Cai Portugal, caem os PIIGS e pode mesmo cair o Euro. Até certo ponto tem razão. Ainda não está testado o que pode acontecer se um dos países sair do Euro.

Ou seja, temos muita coisa para ir observando. Ao que parece, a Grécia só tem dinheiro para mais uns meses, quiçá até pouco antes do Verão. Sempre estão melhores do que aquilo que Sócrates nos deixou, que nem dava para pagar salários no mês a seguir. Vamos ver como correm as coisas. Mas que a "novela" parece ser animada, isso parece.

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