segunda-feira, 9 de agosto de 2010

BANDAS... II

Continuando nas Bandas, é claro que a qualidade que elas demonstram é fruto da qualidade dos músicos que têm, mas principalmente, da qualidade do maestro que as dirige.

É que ultimamente tem chegado à direcção artística das bandas uma série de sujeitos que parece que não percebem nada daquilo, porque senão a sua postura, quando marcham à frente das respectivas colectividades, não seria aquela do tipo "vou à frente da orquestra sinfónica de Berlim"...

Não ponho em causa as qualificações que tenham, nem sequer as suas capacidades cognitivas nem os seus conhecimentos. O que ponho em causa, isso sim, é a disponibilidade que eles têm para trabalhar. É claro que existem casos em que é muito difícil, onde parece que os músicos são surdos e outros onde parece que é muito fácil. Contudo, onde parece mais difícil é onde se deve trabalhar mais e com mais persistência.

Não quero estar aqui a falar nem de nomes de maestros e muito menos de nomes de colectividades, que não merecem o azar de terem certos "asnos" na sua direcção artística, e vou-me esforçar para que isso não aconteça. Contudo quem me conhece sabem bem de quem eu estou a falar.

Existem bandas que até podiam ser razoáveis e que não chocassem o ouvido alheio desde que fossem trabalhadas (vieram-me à cabeça já umas três ou quatro...), mas porque o maestro não trabalha, porque dá muito que fazer, e interessa não levantar muitas ondas (sim, porque existem músicos muito teimosos porque tocam assim há uma data de anos e não querem mudar, mas têm que ser mudados com paciência, mesmo contra a vontade dos mesmos...o que por norma costuma dar confusão entre maestro e músicos, quando as coisas não são tratadas da maneira mais adequada), porque o dinheiro que se ganha por mês como maestro dá sempre jeito, então deixam-se as coisas continuar como estão, faz-se de conta que a banda é a melhor do mundo e, voila, está o assunto arrumado.

Pela minha parte, caso eu, um dia, seja maestro de uma banda, espero nunca vir a ser conhecido como um maestro deste calibre. Eu não gostaria nada.

Um último ponto: os maestros devem reconhecer quando estão esgotados para a banda que dirigem. Lembro-me assim à partida de mais dois nomes que, por conveniência dos maestros e inoperância das suas direcções, por lá continuam e o seu trabalho está mais que feito e bem feito, mas está na altura de sair. Não vou referir nomes, claro está, mas gostava de dizer o seguinte: a capacidade de um indivíduo também se avalia quando se chega à conclusão de que deve abandonar o posto. Como eu digo muitas vezes, vou deixar de tocar clarinete nas bandas e noutros sítios quando sentir que as minhas capacidades tão prestes a decair e o que dantes fazia com facilidade se torna cada vez mais difícil. Gostava que a última imagem com que ficassem de mim fosse a de um indivíduo competente no que faz, coisa que procuro ser todos os dias... O mesmo se aplica aos maestros. Quando chega a hora de sair, mais vale fazê-lo, caso contrário a imagem pode sofrer danos que podem vir a ser irreversíveis...

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