Pois muito bem, vamos à saga que tem sido este OE 2011.
A ser bem, comecemos mesmo por "terras" do PEC II, que surgiu por obra e graça, segundo Sócrates, dos Mercados Financeiros. Pois. Isso, ou o chamar Sócrates à realidade, de que o endividamento estava a tomar proporções inaceitáveis e que, deste modo, Portugal, Espanha, Grécia e Irlanda, principalmente estes quatro, estavam a ir por um caminho incorrecto, no que diz respeito às constas públicas e ao endividamento (que é diferente de défice, bem entendido).
Ora, então fez-se um outro PEC, o II, já que o I estava em vigor e seria insuficiente. E pelos vistos este documento, que obrigou Passos Coelho a pedir desculpas aos Portugueses, também não foi suficiente. Pergunta-se, onde e porquê. Onde: na despesa, que subiu, e não deveria. Porquê: isso tem muitas respostas.
Daí vem o OE 2011. Torna-se necessário um aumento de impostos. Passos Coelho não concorda. Ameaça chumbar o OE. Voto anunciado contra de BE, PCP, Verdes e PP (no sábado). O que coloca PPC numa situação delicada, de levar com o ónus da crise em cima, ele, que não tem culpa nenhuma de não concordar com as políticas (despesistas ao extremo) de Sócrates.
Entretanto chamado à razão, PPC diz, e concordo com ele, que não vai viabilizar uma coisa assim, de cruz, sem negociar. Este OE 2011, segundo MFL (que sempre teve razão e ninguém khe deu ouvidos durante uma porrada de tempo), é uma vigarice e quem o fez deveria ir preso. Logo, não se pode exigir a PPC que viabilize isto assim, sem minimizar os danos. Não convém confundir minimizar os danos, com concordar em absoluto.
E agora assim estamos. Com o PSD, chefiado por Eduardo Catroga, o último Ministro das Finanças de Cavaco Silva (ironia das ironias, com quem PPC não simpatiza muito, mas que está mais uma vez ligado a isto...), e o Ministro das Finanças a ver onde é que podem chegar para um consenso.
Nota 1: Acho que é um disparate o que os ministros da propaganda do PS andam por aí a fazer. Em tempo de negociações não se usam armas, e Silva Pereira, Lacão e Santos Silva, além de Sócrates, que esse "dá uma no cravo e outra na ferradura", andam a criticar o PSD e o seu líder, como se não quisessem que o OE fosse aprovado e andassem a forçar um chumbo que PPC e bem quer evitar. Política não é brincar com coisas sérias.
Nota 2: Não deixa de ser irónico que quem fez um discurso um Verão inteiro a defender o Estado Social e a dizer que o outro é que queria acabar com ele, apresente um OE que acabe por ser o início de um desmantelamento do dito Estado Social. A brincar, eu numa aula tinha dito que Portugal era um país em vias de desenvolvimento com vícios de país desenvolvido, e que tem um Estado a apoiar mais do que devia, porque Portugal não tem "cabedal" para apoiar desta maneira. Teixeira dos Santos, a Judite de Sousa na RTP, vem confirmar aquilo que eu disse.
Nota 3: Sócrates ainda não aterrou na realidade. Este OE não é o ideal. É o possível e é aquele que foi ordenado pela UE e pela Sra Merkel. É pena que ele continue com o discurso da propaganda, misturado com o da responsabilidade, que não engana ninguém. Portugal lucraria mais com um discurso mais assente na realidade.
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