sábado, 2 de outubro de 2010

PRAXES

É um ritual dito de integração aos novos alunos, designados de "reles caloiros". Não é algo de que eu discorde, desde que, claro está, seja feito com pés e cabeça.

Ora, nem sempre isso se passa. Há sempre aqueles que gostam sempre de abusar mais dos caloiros, procurando sempre demonstrar que são os "Doutores" que mandam ali. Contudo, tudo tem limites. Desde as praxes psicológicas às praxes físicas.

Nenhum dos "Doutores" sabe se os caloiros podem ter problemas em casa, ou como reagirão os caloiros face a uma determinada situação. Por exemplo, se eu tivesse problemas familiares, a última coisa que eu quereria ouvir seria um indivíduo, que até poderia nem ter feito metade do curso, a dizer-me que eu sou como um soco e que tenho de encher mais dez flexões, por livre e espontânea decisão dele... o mais certo seria eu mandá-lo bugiar.

Ou então nenhum dos "Doutores" sabe se eu tenho problemas de diabetes ou de outro problema relacionado com o metabolismo, que passado uma certa altura de esforço tenho que parar, e mais uma vez um outro "Doutor" me manda encher mais dez ou vinte flexões, porque pensa que eu estou a fazer birra... O mais certo seria eu mandá-lo bugiar.

Falo em conhecimento de causa. Declarei-me anti-praxe (apesar de não me considerar como tal) porque os meus praxadores foram muito maus. Apesar de ter duas "Doutoras" conhecidas, nem isso ajudou. Não foram simplesmente respeitadores do que pode sentir um caloiro numa nova realidade. Pensam que tudo decorre como se fosse com eles. O que não é, de todo, verdade...

Um exemplo concreto: não sou de andar aos berros no meio da rua, ainda para mais a dizer palavrões e coisas sem sentido. Ou então, me querem por a berrar músicas com letras modificadas (o que pode ser considerado crime, caso se queira ser preciosista...), eu que sou abosluto defensor da afinação de uma melodia (vantagens e desvantagens de ter ouvido absoluto...) ou então não serem sensíveis a uma realidade que era a minha, aluno de último ano do Conservatório. Além de que não gosto que me berrem aos ouvidos, nem aturar pessoas que sejam arrogantes (se ebm que há também quem me considere como tal, apesar de eu não concordar...).

"Doutores", um conselho: existem várias formas de embater numa realidade, sejam sensíveis a todas elas. Pois caso não sejam, as coisas podem mesmo correr mal.

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