quarta-feira, 28 de julho de 2010

PT - TELEFÓNICA

Confirma-se, pela CMVM, a venda da participação na Vivo da PT à Telefónica. Com isto, ganhou-se uma posição minoritária na OI, a maior empresa brasileira de comunicações.

Convém fazer um ligeiríssimo historial. A Telefónica fez uma proposta, aprovada por toda a gente, menos pelo Governo e pela CGD. A Golden Share que o Governo possui na PT inviabiliza o negócio, Desde logo houve quem apoiasse a decisão de usar a Golden Share e quem a criticasse. Após isto, a Telefónica fez uma nova proposta, que pelos vistos desta vez foi aceite: 7,5 mil milhões de euros, numa negociação que envolveu também o Presidente do Brasil, Lula da Silva.

Posto isto, pergunto-me eu: mas é o facto de termos uma participação minoritária na OI que passa a tornar este negócio a favor do interesse nacional (motivo invocado pelo governo para vetar a primeira proposta)? Ou é por existir mais dinheiro? Aguardo pela resposta de Sócrates, que só devo ouvir no Telejornal, logo à noite.

Além disto, será que a Golden Share foi bem usada? É legítima? Há quem diga "Sim, Sim", "Sim, Não" e "Não, Não". Na minha opinião, nem sei bem que diga. Por um lado, o facto de se privatizar empresas estratégicas para a economia de um país deveria levar o Estado a deter poderes especiais nas mesmas. Contudo, poderiam ter privatizado 49% da empresa. Por outro lado, estarmos na CE implica cumprirmos escrupulosamente todos os tratados assinados, que antes, quer depois da nossa integração, em 1986. E neste caso, a CE baseia-se numa comunidade de livre circulação de capitais e num mercado livre, sem condicionantes. Ora, por este ponto de vista, a Golden Share deixa de ser legítima.

Se foi bem usada. Por esta nova proposta, deixa a entender que foi, sempre deixaram mais uns cobres no nosso país. Contudo, há sempre quem condene, porque a outra proposta sempre seria uma oportunidade de negócio interessante, como condenou Ricardo Salgado, presidente do BES. Mas se eles estavam mesmo interessados, então tratariam de chegar a acordo, porque por mais 500 milhões de euros (coisa pouca...!!!) também não custaria nada. Contudo é sempre bom lembrar que o melhor amigo de Sócrates na Europa não tratou de avisar o seu recíproco (espera-se...) amigo. A importância dos países e dos seus líderes também se vê nestes pequenos pontos. Coisa que foi disfarçada, com uma conversa entre o líder da Telefónica e um membro do Governo... Para bom entendedor...

Esperemos, contudo, por Sócrates. Pode ser que ele tenha algo de novo para dizer...

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