Tenho acompanhado superficialmente o que se passa na Grécia. Parece que estão a pontos de ficar na bancarrota, caso não cumpram o acordo que estão a negociar com os "parceiros internacionais" ficam sem dinheiro e assim abrem falência.
É este o risco que corremos em Portugal, caso não cumpramos o Memorando da troika. E depois, que seria de nós, de volta ao escudo, com as taxas de juro elevadíssimas e fora da UE, na falência, sem dinheiro para pagar ao exército, à polícia, aos que recolhem o lixo, aos professores, aos nossos credores? Ainda acreditam que há dinheiro? Não há! Não temos dinheiro para sobreviver sem a ajuda externa que estamos a ser alvo.
Renegociar a dívida? Ai sim? A que custo? A que os próximos financiamentos sejam incomportáveis? Imagine só o leitor emprestar dinheiro a uma pessoa sem que tenha a garantia que o tenha de volta. Pois. Por isso existe o juro. Quanto mais arriscado, mais alto se torna. Porque emprestar dinheiro é um risco, que se avalia pelas taxas de juro.
Pelo que me rio e de que maneira quando dizem que não havia necessidade de estarmos a passar por isto. Mas pronto. São os "iluminados" que temos e que temos que ouvir. Aconselho a ouvir Medina Carreira. Ele explica melhor que ninguém o que se está a passar em Portugal.
Parece que, afinal, estamos a cumprir bem o memorando da troika. Tão bem que o Ministro das Finanças alemão já disse que, depois da Grécia e se a coisa continuasse pelo caminho, caso houvesse um imponderável externo que influenciasse o cumprimento desse acordo, a Alemanha ajudaria a que ele fosse flexibilizado. Não é correcto estarmos a retirar as coisas do contexto, como já fez a esquerda! A dizer que andamos de mão estendida a pedir dinheiro. Nisso andou Soares, antes da primeira intervenção do FMI. Mas isto ninguém conta... é pena...
É muito bom que andemos bem e sejamos "bons alunos" e passemos com boa nota neste exame. Só assim os meus filhos podem sonhar com uma sociedade onde consigam viver. E onde, essencialmente, o mérito impere. E isso vai custar. Temos que apertar o cinto, uma vez que já vivemos com ele folgado tempo demais. Foram 15 anos a viver bem, agora vão ser 15 anos a viver mal. Se tivessemos sido poupados e previdentes como os países no norte da Europa, nada disto nos teria acontecido. Até porque tinhamos muitas reservas de ouro deixadas por Salazar...
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