terça-feira, 20 de dezembro de 2016

PORTO X MARÍTIMO + PORTO X CHAVES

Meu caro Nuno

Não vi o jogo com o Chaves, e li poucas crónicas. Vi, sim, uma boa parte do jogo com o Marítimo. E é por esse que vou começar.

O jogo com o Marítimo foi um bom jogo. Para variar mais um penalty por marcar, mas isso já não é novidade. Novidade, sim, é ver Brahimi a correr e a trabalhar para a equipa e a ser decisivo. Isso sim, é novidade e é uma coisa que eu estou a gostar de ver.

Contudo, penso que deveríamos ter ido mais para cima do Marítimo. Com 2x0 no marcador estamos sempre sujeitos a que o adversário marque (e um golaço, como foi o caso) e depois é um "Ai, Jesus", como se verificou. E depois fica sempre a ideia final e não a ideia do que foi o jogo todo - um bom jogo, com um sofrimento no fim, porque se deveria ter "morto e enterrado" o jogo e não deixar apenas correr o marfim.

O jogo com o Chaves, segundo rezam as crónicas, foi mais difícil. É natural. O Chaves tem melhor equipa, tem mais atitude, e estava a mudar de treinador, logo a motivação ainda seria maior. Contudo, parece que na primeira parte a coisa não correu bem (o que assumiu, e ainda bem - já lhe disse que gosto da sua frontalidade nas conferências de imprensa?), o Chaves marcou e, se não fosse Casillas, teria marcado mais. Afinal, pagamos €5 M a um "keeper" para ser decisivo num jogo.

A segunda parte foi melhor. Deu para recuperar o "azelha" Depoitre e ganhar mais um jogo. Mais um penalty e um golo anulado. Nada a que não estejamos habituados. Habitue o pessoal que contra a Juventus só vamos jogar contra 11 e não podem facilitar. À partida sempre irá aparecer um árbitro melhor do que os senhores que têm aparecido por agora.

As crónicas também rezam que Corona esteve um tanto ou quanto afastado do jogo. Este é um dos efeitos da falta de rotação do plantel, fruto da falta de profundidade do mesmo. Na minha opinião seria uma situação a rever em Janeiro. Em princípio volto a escrever-lhe durante a próxima semana, onde lhe darei as minhas sugestões sobre o assunto.

Volto a dizer-lhe que depende de si que a coisa funcione. Tem de habituar os jogadores a jogar contra 14. E não adianta queixar-se. Interessa é jogar muito mais que os outros, e ganhar os nossos jogos. E esperar que os senhores da frente percam pontos.

Votos de um Feliz Natal.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

FC PORTO X SC BRAGA

Meu caro Nuno Espírito Santo,

Não tenho escrito nada porque não tenho visto os jogos, e não gosto de comentar jogos sem os ver.

Posto isto, vamos ao que interessa - o jogo. Correu bem, ganhamos e isso é o que interessa. Queria começar por lhe dar os parabéns. Percebeu finalmente que o belga que mandou vir é mesmo um flop e não teve problema nenhum em deixá-lo na bancada. Boa notícia e gostaria de parabenizá-lo por isso.

Segunda boa notícia: percebeu que o Herrera não serve para jogar a titular no FC Porto e não tem tido qualquer problema em deixá-lo no banco. Boa notícia e gostaria de parabenizá-lo por isso.

Terceira boa notícia: a lesão do Otávio pode ajudar a potenciar o Brahimi. Gostei de ver que não hesitou em chamá-lo a jogo e compreendi que o argelino só não joga porque o brasileiro está melhor. Agora como está lesionado, Brahimi terá que ser, finalmente, chamado mais tempo a jogo.

Gostei de ver a determinação e a atitude da equipa. O jogar "à Porto" baseia-se na atitude e no compromisso face ao jogo. Querer ganhar e lutar até ao fim por isso. Como quem não tem cão caça com gato, não tendo um PLC experiente colocou um atleta da equipa B, e foi ele que marcou o golo. Foi bom para ele, mas essencial para a equipa. A catarse que esse momento causou terá que ser um momento importante da época, não pela sua sobrevivência enquanto treinador, mas pela confiança que terá que trazer para o futuro.

Queria congratulá-lo, finalmente, por não ter atirado a toalha ao chão. O jogo com o Belenenses, para a Taça CTT foi a prova mais concludente de que, até podendo ter melhor onze que os outros, não temos, definitivamente, melhor equipa. Isto porque (e não obstante termos sido mais uma vez prejudicados - já volto a isto daqui a bocadinho) as nossas alternativas são notoriamente inferiores face aos titulares, o que não favorece em nada a rotação de plantel que é necessária. Gostaria, contudo, de perguntar o que é feito de André e Sérgio Oliveira (um pela raça e outro pela qualidade de passe e marcação de bolas paradas) que não têm sido muito utilizados e que, por exemplo, poderiam ajudar a refrescar Óliver.

Queria congratulá-lo porque, apesar de todas as contrariedades, a equipa continua a jogar da mesma forma, com os mesmos processos. Isso evidencia uma confiança de que o processo é o correcto. E isso é bom, porque mostra, não parecendo, liderança. E isso, meu caro Nuno, é o que tenho vindo a alertar: é a sua capacidade de liderança que pode ajudar a mitigar alguns dos problemas que esta estrutura, outrora tão famosa, tem vindo a padecer.

Por fim, gostaria de falar sobre as suas conferências de imprensa. Na minha modestíssima opinião, penso que tem que mostrar mais "fibra" e não ser tão bonzinho e bem-falante. Falta mesmo dizer a parte do "fomos roubadinhos", ou pelo menos a parte do "não nos comem de cebolada". Dizer que "atacar o Porto tornou-se normal e isso não podemos aceitar" é demasiado bonito para um meio onde nem sempre a parte do bonito conta.

Não gosto também de o ver a fazer desenhos. O senhor não tem que estar a justificar a sua ideia. Você tem uma ideia e aplica-a. O resto, quem não perceber que lhe mande um email e o senhor explica. Isso dá uma noção de "fraqueza" que, neste momento, não é necessária.

Por fim, quando lhe perguntarem pela saída do Herrera diga que sim, que não se importa que ele saia. Diga que a SAD tem que cumprir os seus compromissos e para issso que saiam os jogadores que tenham que sair. Relembro que Casillas, Maxi, Herrera e Brahimi são dos mais bem pagos do plantel e a sua saída seria importante para baixar o valor pago em ordenados. Alternativas? Marafona (comprado ao Braga) e José Sá e Gudiño. Ricardo Pereira e Victor Garcia, Rafa Soares, Francisco Ramos e, porque não?, Bruno Fernandes da selecção sub-21, que não será, penso, muito mais caro que Depoitre. Mas isso será tema para uma carta mais para o final deste mês, sobre algumas sugestões para compôr o plantel.

De resto, não tenho mais nada para lhe dizer. Para 4a feira a receita terá que ser a mesma. E continuar a pôr o André Silva a marcar os penalties. Que raio!, ele um dia haverá de acertar outra vez e substituí-lo poderá ser contraproducente para a confiança dele.

Continuação de um bom trabalho.

sábado, 29 de outubro de 2016

VITORIA FC X FC PORTO

Meu caro Nuno,

Não o ouvi nas entrevistas rápidas. Pelo que li, concordo em absoluto consigo. Este era um jogo que era para vencer. E estes jogos ganham-se antes do intervalo. E, ao intervalo, estávamos empatados.

Não duvido que estes jogadores estavam comprometidos com o jogo. Estavam. Lutaram. Correram e deram o litro. Não chegou. Faltou eficácia e um pouco mais de qualidade. Até, porventura na hora de mexer. Herrera devia ter saído mais cedo. Se calhar era Depoitre e não Brahimi a entrar. Numa altura em que era preciso mais, tirar uma das referências pode não ter sido a melhor ideia. Por outro lado, compreendo-a. Tirar o foco da área, e, com algum lance de inspiração, a coisa poder funcionar. Não funcionou.

Do resumo da flash que li no jornal, só faltou falar de uma coisa, que, se calhar, deveria ter falado. E só deveria ter dito que "a mim, não me comem de cebolada". Penso que deveria chegar para ser entendido. O Setubal a queimar tempo o jogo quase todo e só uma advertência por esse facto. Tempos de desconto um bocado "à remisga". Um penalty por marcar, mais um livre perigoso por marcar. Enfim. Já tinha dito que tinha saudades de ver o FCP ser roubadinho. Este ano já matei as saudades que tinha.

A sua liderança também terá que passar por aqui. Directa, ou indirectamente. Ou seja, ou o senhor, ou alguém por si terá de vir dizer que "não somos comidos de cebolada". Penso que esta frase deveria chegar para ser compreendida. A estrutura já teve melhores dias e estas coisas, que antes eram intuitivas, agora têm que ser aprendidas outra vez.

E para terminar, relembro: estes jogos são para ser ganhos antes do intervalo. Isso é essencial. Quanto mais não seja para que possamos ser "comidos de cebolada" e não darmos conta disso. O resto é acessório.

Continuação de bom trabalho.

domingo, 23 de outubro de 2016

JOSÉ MOURINHO

Meu caro José Mourinho,

Permita-me, antes de mais, tratá-lo pelo seu nome, sem nenhum "qualificativo" a antecedê-lo. Além do mais, como tal é uso em Inglaterra, presumo que deva estar mais que habituado a tal, e não me parece que venha mal algum ao mundo.

Escrevo-lhe porque estou muito preocupado consigo. Desde 2009 que me parece deixar de estar a ver um treinador "vencedor" e passou a ser um treinador "medrosíssimo".

Como não acredito que as pessoas mudem de convicções à moda de Groucho Marx, estou convencido que alguém lhe fez uma lavagem cerebral (ou coisa que o valha) e que o fez esquecer o que já fez. Ao que parece, deve ter apenas as imagens dos troféus que ganhou, mas não deve ter presente a forma como os ganhou. E eu gostaria de o fazer relembrar as suas origens, a forma como, no início da sua carreira, colocou as suas equipas a jogar futebol.

O senhor começou a ser conhecido como tradutor de um senhor do futebol chamado Bobby Robson. Acompanhou-o no Sporting (onde foi despedido), no FC Porto e no Barcelona. Depois de Robson chegou Van Gaal e, quando era adjunto, o Benfica contratou-o como treinador. O senhor fez uma coisa espantosa e com um conjunto perfeitamente banal (com jogadores tão banais que era risível como jogavam no clube, como Dudic, Escalona, Chano ou Diogo Luis) conseguiu fazer a equipa jogar bem e, até, ganhar ao Sporting 3-0 na Luz. Já lhe digo qual era o esquema táctico.

Depois, o senhor exigiu que lhe renovassem o contrato. E bem, diga-se de passagem. O clube tinha mudado de presidente e convinha saber com que linhas é que se cosia. O clube não aceitou e o senhor foi à sua vida. Deu um passo atrás e foi treinar um clube chamado UD Leiria - que hoje está algures entre os distritais e a antiga II Divisão B. Encontrou jogadores que foram importantíssimos para si (também já lhe digo porquê) como Derlei, Nuno Valente e Maciel. Tal como no Benfica, as coisas correram bem, e o senhor, a meio da época foi para o grande rival do Benfica, o FC Porto, para minha enorme alegria (se bem que eu o achava um tanto ou quanto presunçoso, mas muito competente).

O seu esquema táctico de sempre assentava no 4x3x3. No Benfica, no Leiria e no FC Porto. Derlei e Nuno Valente, e mais tarde Maciel, foram importantes para si porque ganhou quase tudo o que havia para ganhar nos dois anos subsequentes - faltou uma Supertaça Europeia (onde, para variar, fomos prejudicados por uma explusão por marcar a Seedorf com 20-30 para acabar o jogo e nós a dominar), e de resto ganhou tudo.

Não se esqueça desta parte - o seu sistema táctico de sempre era o 4x3x3. Como ganhou tudo no FCP decidiu mudar de ares. Não o fez da forma mais delicada (disse que queria ir embora numa flash-interview, o que não é bonito), mas foi. E foi seduzido por uma proposta de um milionário russo que, um ano antes, tinha tomado conta de um clube inglês - o Chelsea. Sim, o senhor passou por lá duas vezes, não foi só uma.

Quer no Porto, quer no Chelsea, o senhor teve duas premissas essenciais. Não há espaço para vedetas: a única vedeta era a equipa. Por isso, no Porto, dispensou pseudo-estrelas como Ibarra, Maric, ou Pavlin. No Chelsea fez o mesmo com Verón (internacional argentino), Crespo (idem), Petit (francês, não o do Benfica e de Portugal que hoje treina o Tondela), etc, etc. E sempre em 4x3x3. Contratou Makelele, Drogba, Robben, e outros. Característica? Nenhum deles era estrela. Estrela era a equipa. E funcionou, sabia? Meias finais da Champions três anos seguidos, dois campeonatos e o outro a lutar até ao fim, uma Taça de Inglaterra, entre outros. A coisa correu bem. No início da quarta época o senhor teve um problema com o dono do clube, que não lhe deu os jogadores que o senhor queria e, depois de um início titubeante (e consta-se que em guerra com alguns dos pesos pesados do plantel, como Lampard - é verdade, o senhor potenciava bem jogadores que não eram muito conhecidos, como este e Terry), pôs-se a andar dali para fora.

Depois foi para Itália. Voltou a ser rei e senhor da coisa. Imagine-se que até houve um ano em que ganhou tudo. Campeonato, Taça e Champions. Em dois anos, mudou a equipa toda, dispensou as pseudo-estrelas que por ali andavam (imagine-se, o senhor dispensou Patrick Vieira, Suazo e Recoba) e contratou Milito (que ninguém sabia quem era, excepto quem jogasse Football Manager), Sneijder e Thiago Motta. Sim, eles passaram por si para serem estrelas do futebol europeu. Mais uma vez, sempre em 4x3x3 e sem grandes estrelas na equipa.

Todas estas três equipas têm ainda um outro ponto em comum. Além de jogarem em 4x3x3, jogavam bem à bola. Então o FCP da primeira época e o Chelsea da primeira época, principalmente, jogavam à bola que se fartavam. Mesmo. Parece impossível? Mas é verdade.

Depois vem aquele que eu acho que é o fim da história. Quando ganha a Champions, o senhor, ao despedir-se de Materazzi fica extremamente emocionado e chora. Penso que foi aí que o senhor ficou com amnésia definitiva sobre tudo aquilo que fez. Porque depois foi para o Real Madrid e é o que se sabe. Continuou sem contratar grandes estrelas, mas deixou de jogar em 4x3x3 e passou a jogar em 4x2x3x1. E pior, a sua equipa deixou de ter futebol de qualidade, a não ser a espaços. Em Espanha aquilo eram favas contadas e ficava tudo entre Real Madrid e Barcelona. No primeiro jogo entre Real e Barça o senhor levou 5 batatas a seco. Ainda ganhou a Taça, num jogo em que se limitou a defender, do princípio ao fim. Parece que isto lhe serviu de inspiração. O senhor preferiu que as suas equipas passassem apenas a defender e depois alguém na frente que resolvesse o resto do assunto. No Real tinha Ronaldo e a coisa lá se safava. Ganhou um campeonato e na terceira época entrou em choque com quase toda a gente e foi-se embora.

Depois voltou ao Chelsea. A jogar sem trincos, no primeiro ano fez a desfeita ao Liverpool para não ganhar o campeonato, e conquistou-o no segundo. A meio da terceira época foi despedido. E agora está no United.

E como, desde aquele abraço do Materazzi, eu acho que e senhor teve uma "lavagem cerebral" gostaria de lhe dar uma ajudinha. O senhor tinha como base, não saber defender, mas sim ter a bola em seu poder muito tempo. Não era como as equipas de Guardiola, que são aborrecidas, mas era uma equipa normal, digamos assim. E isso assentava numa defesa com qualidade, num trinco que fosse quase omnipresente (Costinha, Makelele, Cambiasso), e médios que soubessem controlar bolas e passar bolas. Ah!, e eram essencialmente equipas relativamente baratas.

O seu último Chelsea e este United são caricaturas daquilo que o senhor fazia. Então este United é de fugir. E eu vou ao assunto: depois disto tudo, percebe porque é que não se justifica ter dado 120 milhões de euros por uma inutilidade ambulante chamada Pogba, quando podia perfeitamente ter repartido esses milhões todos por, pelo menos quatro jogadores: um central a sério para fazer companhia ao miudo francês que me parece ter algum jeito, mas Smalling é um perigo, um lateral esquerdo, porque Shaw está sempre lesionado, um trinco que seja um suporte a defender (sim, porque no seu United ninguém defende!) e um extremo a sério, um abre-latas que não Rashford ou Martial (a propósito, que é feito de Dapay?). E sim, José, tem mesmo de voltar ao 4x3x3, com um "cabeça-de-área" que lhe controle aquele jogo todo. Não vá mais longe - vá ao Porto buscar o Comendador Danilo Pereira ou ao Benfica buscar Fejsa, se bem que esse está muitas vezes lesionado, mas que também é muito bom. Penso que 30 milhões serão mais que suficientes para trazer qualquer um dos dois. E trate, também, de melhorar a parte do futebol. As suas equipas parece que estão a jogar sobre brasas, o que não as ajuda. Além de que o senhor parece que tem medo de qualquer equipa que jogue para cima de metade da tabela. Isto, para a sua qualidade, é, de facto, incompreensível.

Acredito que este possa ser o seu "ano zero" de United. Mas tenha paciência. O senhor tem qualidade e capacidade para, apesar disso, fazer mais e melhor.

Com os melhores cumprimentos.

sábado, 22 de outubro de 2016

AROUCA X FC PORTO

Meu caro Nuno,

Quero congratulá-lo por mais uma vitória. Vou começar pelas coisas más, ou, melhor dizendo, pelas coisas que não gostei, e vou terminar com as coisas que gostei e uma sugestão.

Não gostei de muitas coisas, começo por dizer-lhe. Encostar Oliver a uma ala é tirá-lo do jogo, ainda para mais num jogo em casa, que é para ganhar, e quanto mais cedo melhor. A prova é que, quando vinha para o meio, o espanhol era muito mais perigoso e muito mais eficiente nas intervenções que tinha no jogo. O pior é mesmo a parte de colocar Herrera no meio - o mexicano estorva mais do que ajuda. O ideal será mesmo voltar ao plano inicial e não lhe mexer muito - Oliver no meio e Herrera encostado a uma das alas.

Não gostei da forma um pouco apática como entrámos na 2a parte. Estávamos mesmo a pedir um golo do Arouca, que só não acontece porque eles jogam pouco e também porque tivemos um grandíssimo Danilo, a fazer jus à comendadoria com que foi agraciado.

Não gostei também, e isto volta e meia vem-se repetindo, pela nossa incapacidade em "desengonhar" o jogo (com Oliver no meio o jogo fica muito mais fluido) e, ainda pior, na nossa incapacidade em criar oportunidades de golo, principalmente na 2a parte. O senhor sabe disso, este tipo de jogos propicia-se a um erro defensivo que, originando um golo, torna-se difícil de contrariar.

De resto, gostei do princípio. Corona é uma mais valia, que pode ajudar a que Octávio possa ser poupado mais vezes - cuidado com a lesão dele, não vale a pena forçar. Voltei a gostar dos laterais - um e outro muito interventivos no ataque. O ideal seria chamar um dos emprestados para fazer a segunda metade da época, para ajudar na rotatividade.

Por fim, as sugestões: Brahimi tem as ideias lá, mas nota-se que tem falta de ritmo de jogo. Quarta-feira a equipa B joga? Se sim, ele deveria jogar os 90 minutos. Ele está com muito tempo de jogo perdido e quanto mais jogar, melhor para ele. Nota-se que as ideias estão lá, mas veio ao de cima o Brahimi sem forma: trapalhão, ansioso, a querer fazer tudo sozinho. E "rezingão". Diga-lhe lá que os adeptos gostam é de alto rendimento, e que ele não tem a melhor das famas nas bancadas. Portanto, as pessoas têm tendência a ser muito mais exigentes com as pessoas de quem "não gostam". É assim em todo o lado e ele tem que se habituar a não ser estrela.

Para terminar, um elogio - Brahimi é um bom jogador e tem que ser acarinhado e valorizado. Gostei da sua atitude quando, após mais uma iniciativa infrutífera Brahimi foi assobiado, se apressou a incentivar o jogador. Nota-se que ele está muito ansioso e que quer voltar aos "velhos tempos". A sua capacidade de liderança (neste caso "afectiva") é, como sempre, essencial, porque a célebre "estrutura" já viveu melhores dias.

Continuação de bom trabalho.

domingo, 2 de outubro de 2016

NACIONAL X PORTO

Meu caro Nuno Espírito Santo,

Quero desde já congratulá-lo pela melhor exibição que o Porto fez esta época, destronando o jogo feito em Roma, na segunda mão da pré-eliminatória da Champions League desta época.

Queria também felicitá-lo porque finalmente parece que descobriu duas coisas que pareciam impossíveis: a melhor forma de usar o Herrera sem que ele estorve como costuma estorvar (essa, sim, foi a grande descoberta e que pode mudar a temporada) e também qual o melhor avançado para jogar ao lado do André Silva. Esta descoberta tem um problema associado - temos que arranjar 20 milhões de euros, ou uma cunha do Jorge Mendes, para ele poder ficar por cá mais uns anos.

Comecemos pelo princípio. Esta época Boly terá que ser sempre o terceiro central. Como não fez a pré-temporada, não tem as rotinas de jogo para jogar com Felipe (a propósito, diga-lhe para ele ter um pouco de calma: fez um corte que me ia matando de susto, aquele biqueiro na bola, a 1 metro da nossa baliza, podia ter dado golo - ele não pensou nisso?) e Marcano, pelo menos para estes jogos, até parece o Maldini - certinho, a coisa nem tem estado a correr assim tão mal. E Danilo voltou a ser um gigante no meio campo. Podia ter dado descanso a um dos laterais, quando meteu o Maxi, mas pronto, são opções que não vou discutir.

Laterais em bom nível. Muita produção atacante e muita ajuda ao extremo (Telles) e muito envolvimento ofensivo (Layun). A coisa, por estes lados, também parece estar a encarrilhar. Podiamos era não ter emprestado um dos laterais, para irmos fazendo a rotação e eles estarem sempre a bom nível. Qualquer um deles. Layun, fazendo as duas posições, é uma mais valia. Nesse aspecto foram duas boas compras.

No meio, Octávio e Oliver parecem estar a entender-se e, dando espaço a Herrera para ele correr e levar a bola, sem estar sempre no meio a "engonhar", o homem até parece grande jogador. Essa foi uma boa ideia - encostá-lo à direita, para proteger o sempre ofensivo Layun (ou Maxi, que também é ofensivo) e tirá-lo do pior sítio onde o podiam ter metido -  o centro do jogo. Aí, Oliver é mestre a jogar e Octávio tem tudo para poder dar mais uns cobres ao Porto. É só saber potenciar os homens. Mais um problema: afinal vamos ter que dar 40 milhões ao Atlético de Madrid. Podíamos era pedir para fazerem um abate pelo preço absurdo pelo qual pagámos o Adrian Lopez. Com o jeitinho do Jorge Mendes, a coisa fazia-se por 30.

Na frente, André Silva é nitidamente um "nº 9" e livre-se de o voltar a por nas costas do Depoitre. Faça isso apenas em caso de desespero - e pode ser (não garanto) que a coisa resulte. A dupla da frente é Jota e André, é portuguesa e vai dar para os próximos 10 anos na selecção. Os 20 milhões de euros, caso fique cá 10 anos, é o mesmo que pagar 2 milhões por ano por um barrete - acredite que compensa mais.

Jogar com Jota na frente traz mais uma coisa importantíssima: jogar nos espaços, em vez de jogar no pé. Esta última forma requer executantes exímios e rápidos a jogar, o que não é o caso dos nossos jogadores. A primeira pede transições rápidas e passes de rotura - o ideal para jogadores com a criatividade de Oliver ou Otavio. Penso que seria interessante continuar nesta trajectória, mudando apenas um ou outro jogador no próximo jogo, que será em casa.

Gostei também da atitude. O seu murro na mesa no final do jogo de Tondela foi importantíssimo. Mais importante que tudo o resto. Uma equipa que quer lutar pelo título tem que ganhar estes jogos. Aliás, pode mesmo mostrar as estatísticas - o Porto já perdeu os dois jogos com o Benfica e mesmo assim foi campeão. É nestes jogos que se perdem os campeonatos. O Sporting também estava a ganhar e, pelos vistos, facilitou e permitiu o empate. Hoje não o permitimos e fomos à procura do quarto golo para confirmar. É disso que os adeptos do Porto gostam, como sabe: mais e mais. Bobby Robson, após uma má exibição do Porto, mandou os jogadores treinar. É isso que queremos: atitude e ambição - sempre para mais, nunca para deixar correr.

Neste tempo de selecções o ideal é aproveitar para rever a matéria dada com quem chegou mais tarde. Jota e e Boly podem lucrar muito com isso.

Nunca se esqueça do que lhe venho a dizer - é a sua capacidade, ou falta dela (e eu espero que não), que poderá fazer a diferença para este plantel. A estrutura do passado não conta para estas coisas.

Cumprimentos.

sábado, 24 de setembro de 2016

PORTO X BOAVISTA

Meu caro Nuno Espírito Santo,

Quero desde já congratulá-lo pela vitória frente ao Boavista. É sempre um adversário complicado e, contra o Porto ainda mais, porque é sempre um derby e um derby é sempre para ganhar.

Confesso que não vi o jogo. Só li análises muito superficiais e ia acompanhando os melhores momentos pelo Facebook. Pelo que constato, finalmente compreendeu aquilo que o espera. E espero que tenha compreendido que a dispensa de Gonçalo Paciência foi um erro muito grave que terá que ser corrigido na próxima época.

É mais que óbvio que, a nível interno e contra adversários mais fracos na Champions, o Porto terá que jogar em 4x4x2. Mas não pode jogar com André Silva e Depoitre na frente. Os dois, apesar de terem diferentes características, são dois "nº 9". Logo, mesmo que se queira muito, eles não casam bem no mesmo onze. Quando muito, isso pode acontecer em casos de desespero e de "bola para a frente". Mas, na maioria dos casos, isso dificilmente acontecerá.

Logo, terá que jogar alguém com características de segundo avançado. Um pouco como Bryan e Bas Dost no Sporting e Jonas e Mitroglou no Benfica. Nós teremos que nos desenrascar com Adrian e André Silva. A propósito, se calhar Bueno também daria um certo jeito. Lopetegui, dos jogadores que trouxe que não são "murraça", até pensou bem. Casimiro e Óliver, Adrian e Bueno. Bons para 4x4x2. Azar dos diabos que ele jogava em 4x3x3. Ele não percebia mesmo nadinha dsto.

E esse segundo avançado terá que ser, que remédio!, Adrian Lopez. Ele não me parece mau de todo, afinal até jogava muitas vezes no Atlético de Madrid, mas terá que ter mais rodagem. E terá que jogar mais vezes.

De resto, meio campo com Oliver e Danilo (os jogos primeiro ganham-se e depois é que se poupam jogadores!) André André a equilibrar numa ala e Octávio a desequilibrar na outra. A defesa é esta (as rotinas ganham-se na pré-época, certo?) e a coisa tem tudo para correr bem.

E sim, quando estiver a notar que está a ser prejudicado queixe-se! Mais uma vez parece que fomos prejudicados. Hoje não fez falta, mas um dia destes até pode fazer. Relembre-se sempre disto: vai depender da sua capacidade de liderança suprir as faltas de uma estrutura que, é assumido, já viveu melhores dias.

Continuação de bom trabalho.

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

TONDELA X FC PORTO

Nuno,

Vou directamente àquilo que considero que não correu bem e/ou que não foi bem feito. Houve alguns problemas que, a esta hora, já deveriam estar a ser evitados. Confesso que só ouvi o jogo pela rádio, pelo que só tenho presente o relato do jogo e nada mais.

Voltou a dar-me ouvidos e voltou a jogar em 4x4x2. Este é o sistema a usar neste tipo de jogos. Em 4x3x3 estaríamos a engonhar sem necessidade nenhuma. Contudo, ainda não se apercebeu que André Silva e Depoitre são os dois para a posição 9 e nenhum deles serve para segundo avançado? Adrian Lopez foi que nem mel para tentar resolver o assunto. Assim que entrou, a quantidade de oportunidades de golo disparou.

Continuando, tem que estabilizar. O plantel não é o melhor dos três grandes. Correctíssimo. Mas tem que estabilizar. Andar a mudar muito de jogo para jogo foi aquilo que Lopetegui fazia e que não resultava. Não sei porquê, mas a entrada de Boly pôs a defesa em cheque e, para além disso, tirar Danilo é mexer 2 em 4 (GR, os DC e o MDC), o que não ajuda a estabilizar a coisa. Não é que eles sejam maus, mas mexer muito não ajuda a dar segurança. E o senhor sabe disso.

No meio, André André conseguiu a incrível proeza de fazer mais um jogo completo. O rapaz tem a raça portista, é certo, mas a qualidade, Nuno, permita-me, fica um bocadinho aquém. E hoje, o Porto precisava de mais qualidade no passe. Logo, deveria ter entrado Óliver. Brahimi ajudou a desequilibrar e Octávio hoje não estava tão inspirado. Após tudo isto, pergunto: qual era o problema de mudar tudo ao intervalo. Quando mudou, fê-lo bem, mas já se tinham perdido mais de 15 minutos. E, se calhar, com mais 15 minutos assim até poderíamos ter marcado e disfarçado os problemas. A propósito de qualidade de passe, que é feito de João Teixeira?

Depois, aquilo que me pareceu um bocado idiota. Na primeira parte, porquê atacar com o sol a bater nos olhos? Era na primeira parte que se deveria ter matado o jogo. Logo, teríamos de ter jogado ao contrario! Não houve nenhuma alma caridosa que dissesse ao Ruben Neves a forma como, se possível, deveríamos ter começado a jogar?

Para terminar, hoje a atitude não foi a mesma de outros dias. Hoje perdemos os duelos físicos todos e houve gente que não teve muita vontade de correr. Robson, noutros tempos, depois de um jogo menos conseguido, mandou os jogadores treinar no fim do jogo. Isso, por exemplo, teria sido de valor, e penso que o Tondela não se importaria de ceder o relvado por mais duas horas. Lembra-se de ter dito, na conferência de imprensa que o Porto não ficaria atrás do Tondela em atitude? Não pareceu...

Por fim, gostei da sua performance na flash interview. Sem complexos, disse que não gostou e eu, e penso que todos os portistas, concordamos consigo. Agora, falta transportar isso para o jogo. E sim, estes jogos são mesmo para ganhar e não há volta a dar. Hoje perdemos dois pontos que nos poderão fazer falta no futuro.

Termino, como sempre, relembrando-o que a estrutura já não é o que era. Lembre-se que será a sua capacidade de liderança que fará a diferença entre as coisas correrem bem ou não. E hoje, penso, a sua forma de conduzir a equipa não foi a mais adequada. E, como tal, hoje as coisas não correram bem. Deu para reter.

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

FC PORTO X COPENHAGA

Meu Caro Nuno,

Começo por constatar que não percebeu nada daquilo que o último jogo, contra o Vitória de Guimarães, lhe tinha trazido. Foi, na minha opinião, o melhor jogo da época e merecia que tivesse tido continuidade no jogo de hoje. E, para ter continuidade, não deveria ter havido mudanças no onze que entrou face ao último jogo. Pelo contrário, mudou, e mudou não só o sistema como meteu um jogador que, em 4x3x3 não rende tanto como poderia render em 4x4x2.

Comecemos pelo princípio. Os problemas de sempre mantiveram-se. O nosso avançado estava sempre fora de sítio, a procurar espaços que não conseguia encontrar na área. O pinheiro chegou tarde, e, como previsível, quando chegou não servia para muito, uma vez que os dinamarqueses também eram altos. O pinheiro deveria ter entrado logo ao princípio para ir fazendo mossa no ataque. 

Convenhamos que o golo cedo ajudou a disfarçar as coisas. Mas, contra o Copenhaga, como contra outra equipa mais fraca, ter tanta gente no meio campo, em vez de ajudar, atrapalha. E foi o que aconteceu. Aquilo não desandava. A objectividade do 4x4x2 de Sábado perdeu-se pelo caminho. E Marcano, mais uma vez, provou-se que, quando posto à prova, é um perigo. Onde anda Boly? Se é pior, porque veio?

Resumindo - para estes jogadores, o sistema ideal é o 4x4x2. E Herrera, se ele tem que jogar, tem que se lhe dar espaço para ele fazer o que sabe melhor, que é correr com a bola nos pés. Por isso é que ele brilha tanto quando temos que jogar em ataque rápido. Correr com a bola nos pés é com ele. Se não quer assim (eu até gosto) então tem que o meter no banco. Corona foi inconsequente. Mas penso que poderia ajudar bastante em 4x4x2 como avançado móvel. Porque não experimentar?

Terceiro ponto: Ruben Neves. É um crime um jogador destes não jogar. Já sabe a minha opinião: Danilo a central e Ruben Neves a médio. Ou seja, resumindo: Casillas, Layun, Felipe, Danilo, Telles, Ruben, Herrera, Oliver, Octavio, André Silva e Depoitre. Adrian tem que chegar como alternativa até Dezembro e Corona pode ser a quarta alternativa. A equipa B tem que servir de viveiro.

E hoje, do banco, nem sempre veio a mudança correcta. Depoitre tinha que ter entrado logo, juntamente com Brahimi (pareceu-me mais disponível para o jogo, mas muito inconsequente) para tentar dar uma sapatada no jogo mais cedo. Já lhe disse: depende da sua capacidade de liderança que isto corra bem. A estrutura já não é o que era e a passagem de Lopetegui deixou muitas marcas negativas que vão custar a sarar. Gostei, contudo, da análise crítica no final. Não é com paninhos quentes que as coisas se resolvem.

Continuação de bom trabalho.

sábado, 10 de setembro de 2016

FC PORTO X VITÓRIA DE GUIMARÃES

Meu caro Nuno,

Começo por constatar que finalmente me deu ouvidos. Ou pelo menos, ouviu alguém que tem as mesmas ideias que eu. O FC Porto tem que jogar com dois avançados. A música é logo outra, e a equipa ganha muito mais objectividade. É uma questão de hábitos e os jogadores habituarem-se ao sistema e a coisa pode mesmo funcionar. Agora pergunto: a que propósito é que o Gonçalo Paciência foi emprestado? Pois, essa não faz mesmo sentido nenhum.

E gostei de ver Oliver a jogar a 8. Surpreendeu-me, achava que não teria características para tal, mas jogou muito bem, a distribuir jogo e, finalmente, temos um organizador de jogo. Ah!, e o Herrera é para ficar mais vezes onde ficou hoje. Esteve fantástico lá. Sim, na bancada. Só lhe faltou a companhia de André André. Esse tem toda a mentalidade de um jogador "à Porto", mas para jogar, santa paciência, mas nem pense nisso. Ainda para mais com Ruben Neves no banco.

Depoitre e André Silva combinam muito bem e esta é a verdadeira posição de André Silva. Segundo avançado. É vê-lo a criar mossa em todos os lados. É continuar assim. E trabalhar, claro, a finalização.

Por fim, aquilo que não gostei. Como já me ouviu uma vez, vou continuar a tentar outra: Danilo a central e Ruben Neves no meio campo, juntamente com Oliver. E fica feito. Não se iluda com Marcano. Aquilo é um perigo ambulante. Parece o Maldini, mas é só quando não é posto à prova. E Brahimi? Eu não lhe disse que ele não ia sair? Parece que tinha razão. E agora tem de ir fazer uma perninha à equipa B e ganhar juízo. Lá para Novembro a coisa vai ao sítio. Boa estreia de Jota. E Adrian Lopez, assim, vai ter mais espaço.

Pronto. Assim a coisa parece mais composta. Atrás a coisa está negra, mas já deu para ver que os laterais são de jeito. Os miúdos da equipa B que foram emprestados é que poderiam ter ficado no plantel. Agora dariam jeito para uma eventual necessidade. E, se calhar, com Danilo a central, nem será preciso mais ninguém.

O trabalho está começado. Falta o resto. E isso vai, como já lhe disse, depender de si e da sua capacidade de liderança. Apesar de poder ter deixado de haver conflitos dentro da estrutura, isso não significa que seja extremamente fiável como já foi. E isso valoriza muito mais o trabalho do treinador. É principalmente esse o seu trabalho.

terça-feira, 30 de agosto de 2016

SPORTING X PORTO

Meu Caro Nuno Espirito Santo

Devo dizer-lhe, para começar, que não vi o jogo a partir do golo do Slimani. Só vi hoje, segunda feira, no programa Prolongamento, da TVI24, os lances mais "problemáticos" do jogo. E tenho a dizer que, felizmente, já tinha saudades de ver o nosso FCP a ser roubadíssimo em Lisboa. Já tinha mesmo muitas saudades. Era sinal na altura que metíamos medo a toda a gente e que tudo era feito para nos dificultar a vida.

Contudo, tenho a dizer que não gostei da forma como a equipa reagiu ao nosso primeiro golo. A entrada foi muito boa, resultou no golo, e depois perdemos o controlo do jogo. Não deveria voltar a acontecer. Não soubemos reagir à pressão alta do Sporting e depois não soubemos reagir à mudança táctica do Jesus. Ao intervalo poder-se-ia tratar disso, mas não se conseguiu.

Não gostei ainda de outra coisa. Livre do Bruno Cesar, bola ao poste, e ninguém reage. Não pode voltar a acontecer. Se alguém tivesse reagido, provavelmente não haveria golo e, se calhar, teríamos mais tempo para desestabilizar o Sporting. Assim, foi muito mais difícil. Não pode voltar a acontecer.

De resto, se o jogo fosse em Roma, o Sporting não tinha acabado o jogo. Tudo o resto é folclore de quem não interessa falar muito sobre o assunto. O segundo golo é uma palhaçada, as entradas de Adrien, Slimani (estes dois em Inglaterra se fazem disto não ficam impunes, como por cá) e William e Bruno Cesar dariam direito a uma estadia maior nos balneários. Mas pronto. É o que temos. Já deu para perceber porque carga de água é que Bruno de Carvalho elogiou o Presidente do Conselho de Arbitragem.

E agora, pausa para as selecções. Integrar o Oliver, o Jota, e o central que tem mesmo que aparecer. Já que com o mafioso de Braga não se negoceia, seria interessante fazer uma pequena prospecção e ver se se arranja um central líder e que saiba sair a jogar - assim como o Ricardo Carvalho, está a ver? É que o Marcano só é bom quando não tem nada que fazer. Ontem, quando mais exposto fez uma falta desnecessária sobre o Slimani que deu um golo. Não sou muito fã de Mangala. Gosto mais de centrais como o Otamendi, que, na minha modestíssima opinião, é mesmo o que falta ali.

E a coisa até pode correr mais ou menos bem. Basta acreditar. Com esta arbitragem eu só posso acreditar mais um bocadinho.

E, mais uma vez, não se esqueça. Vai depender muito de si, e da sua capacidade de liderança, a equipa aprender muito com esta derrota. O erro do livre do Bruno Cesar não pode voltar a acontecer. Não se esqueça que a estrutura não tem o mesmo poder de outrora. Depende de si, e da sua capacidade de liderança, que a coisa corra bem.

E, mais uma vez, SOMOS PORTO. E temos de continuar a ganhar.

Continuação de bom trabalho.

terça-feira, 23 de agosto de 2016

ROMA X PORTO

Meu caro Nuno Espirito Santo

Antes de começar, quero dar-lhe os parabéns. Já lhe tinha dito que iria depender de si, mais do que ninguém, que as coisas corressem bem, até tendo em conta que temos uma administração transformada num saco de gatos. E até agora tem corrido. E gosto do seu tom ponderado. Uma coisa de cada vez. Hoje a Roma, Domingo o Sporting. Isso sim, é de treinador.

Vamos ao positivo. Gostei da forma como a equipa entrou. "À Porto", sem medo, a pressionar, a jogar para a frente. Já lhe tinha dito que já tinha saudades de ver a equipa a jogar assim? Só por isso valeu a pena. Gostei de Felipe: é central a sério, mas merecia melhor companhia. Se bem que, com uma equipa a jogar "à Porto", Marcano é muito menos exposto e, como tal, até parece o Maldini. Passe, claro, o exagero.

Gostei do meio-campo. Certinho, equilibrado e dinâmico. Herrera a mostrar qualidade posicional e André a equilibrar as linhas. Gostei de Octávio, enquanto não levou amarelo. Corona continua a espalhar magia e a lutar como um jogador "à Porto". André Silva a abrir espaços e comprometido com a equipa.

A propósito, gostei da coragem que teve em encostar Brahimi e Aboubakar. Isso também é de treinador. Foi preciso coragem e você mostrou-a. Continue assim e, para mal dos pecados cá da malta, irá espalhar magia para outros campeonatos.

Só não gostei de duas coisas. Uma foi a diminuição de rendimento quando jogámos contra 9. Convém lembrar que uma equipa italiana joga principalmente com o seu orgulho, e sujeitávamo-nos a, num daqueles livres, um jogador romano ganhar a bola e marcar. Salah até esteve perto de marcar. Valeu o corte de Layun. Na minha opinião deveria trabalhar esta parte, o controlo do jogo em situação de vantagem. Esta equipa joga bem quando tem de correr para fazer o resultado, mas não me parece saber controlá-lo quando fica feito.

A outra coisa que não gostei foi do tempo que demorou a tirar Octávio. Ele jogou bem, mais um livre muito bem marcado (aleluia!, já temos mais uns quantos marcadores de bolas paradas para além de Layun), mas, a partir do momento em que viu o cartão amarelo, de forma estúpida, diga-se (está bem que ele é jovem, mas poderia também trabalhar este assunto com ele?), perdeu agressividade defensiva e isso reflectiu-se na maior liberdade de Salah face a Alex Telles (que também não defende grande coisa).

A outra coisa que não gostei não depende directamente de si. Sérgio Oliveira entrou bem contra o Estoril, mas hoje esteve mal. Lento, sem objectividade, parecia que estava a jogar com Lopetegui. Se calhar, poderia também dar uma chamada de atenção ao homem. Ele não é mau, mas de vez em quando perde o "foco" no jogo e isso prejudica a equipa.

De resto, a coisa correu muito bem. Tal como tinha dito, dependia de si, principalmente, a equipa aparecer com outra alma e com outra forma de jogar, com a qual os adeptos se identificassem. Até agora está a conseguir. Daqui por uns tempos, vão aparecer os de sempre a diz"poprter que também tiveram a sua quota parte. E outros a querer destruir aquilo que você já construiu. É sempre assim. Vai depender de si os "oportunistas de serviço" conseguirem atingir os seus intentos. De si, e da sua capacidade de liderança. A estrutura já não é o que era. Não se esqueça que Pinto da Costa o contratou por ser, principalmente (e, claro, além da sua qualidade), o treinador do "Somos Porto". Peço-lhe que não perca isto da sua mente. Só assim as coisas podem correr bem.

Muitos parabéns pela vitória de hoje. Continuação de bom trabalho.

sábado, 20 de agosto de 2016

PORTO X ESTORIL

Meu caro Nuno Espirito Santo,

Valeu André Silva para somarmos mais três pontos. Mas, confesso, gostei do que vi. Estava a dizer à minha mãe que até podíamos não ter ganho mas estávamos, finalmente, a jogar à bola. Já tinha saudades disso. Nem imagina quantas.

Gostei de ver muita coisa. Principalmente a velocidade a que recuperávamos a bola. Não deixámos respirar o Estoril. Não andámos a passar para o lado e para trás. Andámos para a frente. Valeu! Assim, até o Marcano parece um grande central.

Foi tudo bom? Não, não foi. Podia ter sido melhor? Sim, claro. Quanto mais não seja se eu não tivesse sofrido tanto. Mas lá estava o miúdo para resolver. E resolveu bem. Gostei da recuperação do Adrian. Mas não gostei de Varela, muito complicativo. Octávio também estava com o mesmo síndroma. Seria possível corrigir isso? E aumentar a eficácia no ataque? Era muito bom, e evitava grandes sofrimentos e problemas de coração aqui à malta.

Vou-lhe dizer mais outra coisa. Gostei da "recuperação" de Adrian Lopez. Parece outro. Já contra a Roma a coisa correu bem e hoje voltou a ser interventivo e a jogar bem. Já agora, Gonçalo Paciência é mesmo para dispensar? O jogador titular da Selecção sub-21 não terá lugar ao menos como terceiro ponta de lança do plantel? Será assim tão melhor que o pinheiro belga que acabámos de contratar na Bélgica?

Ah!, e não caia na conversa de que precisamos de mais extremos. Brahimi não vai sair e só tem que levar uma lavagem ao cérebro como levou Adrian. Aboubakar pode perfeitamente ser dispensado que não faz falta nenhuma. Precisamos urgentemente de um central de qualidade. Um que seja um líder e que ajude Felipe a crescer.

Outra coisa, já pensou naquela hipótese de colocar Danilo a central? Hoje teria dado muito jeito. Ruben Neves esteve muito bem hoje. Já reparou na capacidade que ele tem de virar o jogo de um lado para o outro sem falhar um passe? Porque não conciliar os dois, mais a capacidade de luta de Herrera, mais o virtuosismo de Octávio? Terá que ser com Danilo a central. Experimente isso nos treinos.

Em suma, gostei do que vi. Valeu a pena. E gostei da forma como falou ao público no Dragão. E recorde-se do que lhe disse. Vai depender de si, mais do que nunca, as coisas correrem bem. Ainda para mais com uma estrutura que está transformada num saco de gatos. Até agora está a passar com distinção. Parabéns.

Votos de um bom trabalho.

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

NUNO ESPIRITO SANTO

Meu caro Nuno

Permita-me, antes de mais, tratá-lo pelo seu nome, sem nenhum "qualificativo" a antecedê-lo. Para mim é mais fácil e não me parece que venha mal nenhum ao mundo.

Começo por dizer que, para mim, não seria o meu treinador preferido. Seria Marco Silva. Mas não se preocupe. Eu também não gostava de Jesualdo, fui contra a contratação de Villas Boas, achei que Vitor Pereira não percebia nada de bola e que Paulo Fonseca era o homem certo. Como se comprova, quem não percebe nada disto sou eu.

Mas vamos ao que, de facto, interessa. Comecemos pelo princípio. Não invejo a "sorte" que lhe calhou. O senhor veio parar a um clube que vive uma guerra interna e cujo presidente, apesar de tudo aquilo que já conseguiu, já está na fase descendente do seu percurso. Vive, por isso, de medidas avulsas, cujas consequências só serão visíveis daqui por uns tempos. Foi por isso que veio Lopetegui e toda a "armada espanhola" que se anda a tentar "despachar". E foi por isso que foi embora Lopetegui e veio Peseiro.

É, por isso, fundamental que seja o senhor a ter o pulso firme e a impôr uma mística que se perdeu ao longo dos tempos no plantel. Esta mística ia sendo compensada pelos treinadores e pela "estrutura", mas esta perdeu essa mística, fruto da guerra de bastidores que vai sofrendo. Pelo que, voltando à vaca fria, terá que ser o senhor a isolar o plantel do resto e a ter o pulso firme. Os jogadores não podem ser "primas-donas" (para isso terão que ir para o teatro e para a ópera) e terão que estar unidos em volta de uma estratégia. Penso que nisso o senhor é competente, pelo que se viu no Valência de há dois anos.

E então vamos à estratégia. O plantel é mais fraco que o dos outros? É. Na minha opinião é. Mas tem coisas boas, e então há mesmo que as explorar a fundo. E, claro, tentar limitar as (muitas) coisas más que tem. Comecemos então pelo princípio. Um ataque ganha jogos, mas a defesa ganha campeonatos. Esta máxima tem muitos anos e continua mais actual (permita-me o uso do anterior acordo ortográfico) que nunca.

Na baliza temos Casillas e José Sá. E temos também o Gudiño. Parece liquido jogar Casillas. Contudo, eu preferia ver jogar Sá. É português e porque o Casillas só defende bem entre os postes e a sair é uma lástima. Se desse para o dispensar seria tanto melhor.

Na defesa temos Maxi e ao que parece irá jogar Varela também como lateral direito. Perdoe-me a franqueza, mas parece-me absurdo. Maxi tem 32 anos (ver aqui) e Varela tem 31 (ver aqui). Parece urgente a renovação desta ala. Mas você está a pensar em adaptar um extremo na fase final da carreira (logo, com menos fulgor físico) e jogar com um defesa também na fase final da carreira. Porque não fazer Vitor Garcia aprender mais depressa? Ele está mesmo na hora de começar a jogar. E para o ano vem Ricardo Pereira do Nice. Do outro lado fez-se aquilo que se esperava. Fica Layun e contratou-se alguém de créditos para concorrência. Ambos podem também fazer mais posições. Pergunto: será Layun a principal alternativa de Maxi? Mas ele nem jogado aí...

Guardo um parágrafo para os centrais. Temos 4 e, pelo que se diz, tirando Felipe não fazem um. Virá Boly. Marcano é um perigo e Chidozie tem muito que andar. Martins Indi não conta (e ainda bem). Permita-me que sugira Danilo para central. Vai-me dizer que Danilo é importante como trinco, mas eu acho que tem tudo para ser um belíssimo central - posiciona-se bem e sabe jogar com a bola nos pés.

E pelo seguinte. Eu acho que o senhor tem que jogar em 4x4x2. Sim. Pelo plantel que tem e face às limitações de dinheiro, a melhor forma de jogar com este plantel seria em 4x4x2. E seria dessa forma útil retirar Danilo para o centro da defesa, dando jogo a Ruben Neves e Herrera, ficando André e Oliveira como alternativas. Se conseguir vender Herrera à Juventus fica Teixeira como alternativa. Eu até gosto de Oliveira (fez um bom final de época) e conta muito para a Champions como jogador formado no clube. Dá sempre jeito.

Ora, nas alas a coisa fica composta. Octávio e Brahimi de um lado e Varela e Corona do outro. Está a ver a importância do Vitor Garcia em aprender depressa? Hernani não me convence e Varela é sólido como alternativa.

Na frente temos André Silva, Aboubakar, Adrian Lopez e Alberto Bueno. Os dois primeiros na frente e os outros dois como segundos PLC são competentes o suficiente para serem potenciados. Penso que assim será o ideal.

Acima de tudo, gostaria de ver um futebol "para a frente" e não o "rendilhado" de Lopetegui. Não entusiasma e aborrece.

Lembre-se acima de tudo do seguinte: depende da sua capacidade de liderança que as coisas corram bem para o futuro. O seu, e o do clube.

Votos de um bom trabalho para esta época.

Cumprimentos

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

2015: BALANÇO

2015 foi um ano muito interessante. Foi um ano em que houve eleições, e os que ganharam afinal perderam e os que perderam afinal ganharam. O nosso primeiro-ministro é conhecido como "mágico" em terras espanholas e serve como "inspirador-mor" para os políticos de toda a Europa. O Benfica foi bicampeão e o treinador foi para o Sporting. Nas comemorações um agente da PSP agrediu um adepto. Foi o escândalo e toda a gente disse que foi uma brutidade e que o homem deveria ir embora. Foi suspenso por 200 dias. Foi o ano em que doentes morreram porque médicos fizeram birras e mais um banco faliu. Foi o ano em que o Syriza entrou idealista e saiu pragmático, O ano em que morreu Manoel de Oliveira e Mariano Gago. O ano em que Froome ganhou o Tour mas que foi assobiado como nunca nenhum foi. E foi o ano dos ataques ao Charlie Hebdo.

Para mim foi mais um ano. Está tudo na mesma. Continuo a viver em Lisboa e a trabalhar em Lisboa. Continuo com as minhas bandas e comprei um clarinete novo. Enfim, tudo na mesma. Foi, ainda assim, um ano melhorzinho que 2014. Estou mais adaptado a Lisboa e a uma nova vida, diferente da que vivi até então.

E venha então 2016. E Deus queira que seja melhor que 2015. Mesmo que não pareça...

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

UM TREINADOR À DERIVA

Uma das substituições com as quais aprendi muito sobre futebol foi feita por Ancellotti, ainda treinador do AC Milan. Contexto: jogo da Champions, quartos de final, contra o Lyon. O Milan precisa de marcar um golo e bate contra uma parede que era a defesa do então campeão francês.

Por aquelas alturas, o Milan tinha um meio-campo com Pirlo, Gattuso, Seedorf e Kaka. De luxo, como era unânime. Empate 0-0 na primeira mão, e a 10 minutos do fim 1-1. Ou seja, passava o Lyon. Ancellotti "passa-se" e tira Gattuso e mete um senhor chamado Maldini a fazer companhia a Costacurta e a Nesta. O Milan passa a dominar o jogo mais assertivamente e marca o 2-1 e posteriormente o 3-1 pelos dois avançados do costume - Shevchenko e Inzaghi.

A ver o jogo, à partida, fiquei estupefacto. Não parecia fazer sentido nenhum. A precisar de ganhar o jogo tira o trinco e mete um central. De repente, faz-se luz. O Milan passa a jogar com 3 defesas, Khaladze passa para o meio campo, Kaka fica muito mais solto e os lances de perigo avolumam-se. Os "strikers" do costume não perdoaram e o Milan passou. Ancellotti deu uma lição de táctica a Houllier, então treinador do Lyon. Lyon que contava com Diarra, Malouda, Wiltord, e Govou, com um senhor chamado Abidal a comandar a defesa. Não eram toscos nenhuns, note-se.

Lembrei-me hoje desta substituição quando vejo Lopetegui a fazer as dele. Enquanto a de Ancellotti fazia sentido, estas não eram alterações estratégicas, mas sim as de um homem em desespero de causa. Vejamos, tira Danilo para meter Ruben Neves. Depois tira Corona e mete André Silva e por fim tira Layun e mete Varela.

Comecemos pelo princípio. Tira Danilo e mete Ruben Neves. Era um dos jogadores ideais para entrar. Ruben Neves consegue fazer circular o jogo de um lado ao outro do campo e tem uma boa capacidade de passe. Tira o homem responsável pelos equilíbrios do meio-campo. Poderia, por exemplo, ter tirado Marcano ou Indi, centrais que estavam nitidamente a atrapalhar-se um ao outro, com tamanha falta de trabalho. Seria mais que suficiente ter Danilo e um central, mais um dos laterais a fechar quando necessário.

A seguir tira Corona e mete André Silva. O Porto precisava mesmo de um segundo avançado. Aboubakar sozinho na frente é pouco, e com o tempo a passar, uma "ajudinha" ali na frente era mesmo necessária. Mas tirar Corona? Um dos fantasistas na frente, que poderia ajudar a criar desiquilíbrios? Porque não Herrera (ou André, mas o mexicano era o que estava a fazer uma exibição mais pobrezinha, apesar do golo)?

E por fim tira Layun e mete Varela. No desespero. Nitidamente. Mete mais um homem para a frente de ataque. Em desespero, pode ser. E tira quem? O defesa esquerdo. Parece cópia. Toda a gente tira o defesa-esquerdo. A não ser que Layun seja o marcador dos livres. E dos cantos. E de todas as bolas paradas que possam aparecer perto da área. Ou seja, numa altura em que se vai subir a pressão, e mais faltas e cantos podem surgir, tira-se do campo o principal marcador das bolas paradas.

Ou seja, desde Janeiro o FCP passa de primeiro para terceiro. O último treinador que tinha uma confiança cega que iria ser campeão nem sequer acabou a época. Está mais que desculpado porque tinha um plantel que era uma miséria. Este não. Por vários motivos. O mais marcante é o de não perceber nadinha de futebol.