sábado, 7 de setembro de 2013

TRIBUNAL CONSTITUCIONAL

Tenho-me abstido de fazer publicações neste blogue porque não tenho mesmo nada de interessante para dizer, a não ser que ando à procura de emprego, que Jesus e o Benfica continuam na mesma, que o Sporting está a fazer um belíssimo trabalho de reestruturação e que o Porto está mais forte que o ano passado, mas a equipa não me convence.

Mas não é por isto que escrevo. Tenho acompanhado, como a maioria dos portugueses, as decisões do Tribunal Constitucional, pelo menos as mais recentes. E elas foram as seguintes:

  1. Declarou inconstitucional o despedimento dos funcionários públicos, através do mecanismo de requalificação.
  2. Declarou constitucional a candidatura de presidentes de Câmara a outros municípios, que não os de origem.
  3. Declarou constitucional a candidatura de presidentes de Junta às freguesias que tenham sofrido processos de agregação.
O que isto demonstra é o objectivo mais genérico que sobressai destas decisões. Para ajudar, relembremos que o mesmo tribunal considerou que o corte de salários na Função Pública é inconstitucional e que seria preferível o recurso ao aumento de impostos.

Em suma, que tudo se mantenha na mesma é o que quer este Tribunal. E ai de quem o critique. Tudo fica na mesma. Mesmo que seja necessário reformar. Até parece que nem passamos por uma situação de bancarrota três vezes em quase 40 anos. Cortar? Nem pensar. Aumentem-se os impostos. Despedir funcionários públicos porque são excedentários? Nem pensar. Menos alunos nas escolas? Mentira. Os números mentem e quem fala verdade são os sindicatos. E para isto, o TC vem alinhar na formatura.

Contudo, o que deviam cortar, nos eternos dinossauros políticos que não fazem mais nada do que "governar" Câmaras e Juntas não se passa nada. Limitação de Mandatos? Para inglês ver. Responsabilização dos titulares de cargos políticos? Dificil de provar! Mal feito fôra...

Enfim, precisamos mesmo de mudar isto. Tudo, de alto a baixo. Porque os artistas que nos governam desde 74 nada mais fizeram do que se governar a eles próprios e famílias e ajudar a governar os amigos e companheiros de longa data. Obras? Acima do Orçamento, ou nada! O que diria Salazar se fosse vivo? Razão tinha ele quando desconfiava que, com uma democracia parlamentar, Portugal soçobraria. Nota-se.

Venha uma nova geração de gente pôr isto no sítio. Estes não servem e as fontes de onde podem vir estão inquinadas, pelo que os próximos das mesmas cores não servem. Venha uma nova constituição, novas pessoas para nos governar e mandem estes para as Berlengas, sem telefones, sem Internet e só com uma enxada. Pode ser que assim Portugal entre nos eixos...

quarta-feira, 3 de julho de 2013

O(S) OPORTUNISTA(S)

Já lhe chamei isto muitas vezes. Paulo Portas é o típico oportunista, neste caso político. É o termo mais simpático que lhe posso arranjar. Todos sabemos, e a história encarregou-se de o contar, da forma como se comportou com Santana Lopes, que foi demasiado educado face à situação em que todos, desde Sampaio a Barroso, o colocaram.

Neste governo a coisa não foi diferente. Comportou-se como um oportunista. Estava nas coisas boas e não estava nas coisas más. Estava na ida de Portugal antecipada aos mercados, com mérito (ainda que não total) do Ministro das Finanças, coisa que nunca referiu, mas não estava nas políticas de austeridade. Estava, na reforma do Estado, mas não estava, nos cortes que seria preciso fazer ao aparelho do Estado. Enfim, foi uma canalhice pegada.

Se eu fosse a Passos Coelho estaria agora num dilema entre dois tipos de soluções a tomar. Ou me ia embora e de vez, ou ficava, em prol do meu país (como parece que vai fazer). A primeira seria a mais fácil, seguir-se-ia a saída da liderança do PSD, dando lugar aos sempre iluminados (mas que nunca fizeram coisa nenhuma que se visse) Pacheco Pereira ou António Capucho.

A segunda, mais difícil, mas que seria a ideal, que era dar uma pantufada neste regime podre que vivemos. Fica, assume que fez mal em falar com Portas, assume que algumas coisas não correram bem e assume que tem de corrigir alguns pontos da sua governação. Em primeiro lugar, coloca os ministros e secretários de Estado do CDS contra a parede, questionando-os sobre a sua vontade em continuar no Governo. Com a lealdade que se lhes vai exigir. Não aceite a condição, entram ministros e secretários de Estado independentes. Acaba-se o jogo do engana em que vivemos. E depois a corja pendurista que nos dirige do Parlamento fará a sua opção: ou quer Governo, ou quer caos; ou quer a coisa bem feita, ou quer o "quanto pior, melhor".

Já tenho dito e escrito: aquilo que mais me assusta é, além deste Governo, não ver outro tipo de alternativas. Não falo dos partidos da esquerda mais à esquerda, que esses nunca serão Governo (e estranho quando dizem que defendem as eleições e tal, quando historicamente se prova - Cunhal dixit - que defendem e defendiam exactamente o contrário...), mas falo de Seguro, que vai lançando as suas ideias, mas todas elas têm um "se" lá metido. Tudo bate certo, e até agora tem batido - verdade seja dita. Mas nada depende dele. E se nada depende exactamente dele, tudo o resto pode sair bem ou sair mal. Ou seja, não se sabe se estaremos melhor ou pior. De Portas, sabe-se que é o eterno pendura do regime, e que dele não quer sair.

Por isso, e porque tenho quase a certeza que até ao fim da semana teremos Passos a dizer que não tem condições para governar, estou extremamente assustado com o panorama que poderemos vir a ter no futuro. Um individuo bem intencionado, mas associado a um pandilha que aposta em que tudo continue na mesma. Mais do que isso, não acredito que isto mude, uma vez que as pessoas vêm os partidos como os clubes de futebol. E depois temos os militantes, que fazem o resto. E uma lei dos partidos que dificulta o aparecimento de novos partidos. E eu penso que assim quase que mais vale não votar.

Acredito que Passos vai optar pela segunda opção e que a corja de indivíduos que está no Parlamento não o vai deixar trabalhar. Uns porque quanto pior melhor, outros porque se vão vingar do passado recente, e outros porque sim. Passos vai ter um caminho longo. E que pelo menos tente fazer as reformas que Portugal precisa. Depois o problema fica na consciência dos deputados. Até porque acredito que, no dia em que Portugal tiver que sair do Euro, sai da UE e vem outro Salazar. E mais 40 anos de Ditadura. Que será bem pior. Mas parece que ainda ninguém se apercebeu disto...

quarta-feira, 12 de junho de 2013

REGRESSOS

Este tem sido o ano de todos os regressos. Sócrates regressou à vida política activa, o Sporting regressou ao tempo da contenção de custos, Mourinho ao Chelsea, Jesualdo a Braga, Paulo Fonseca regressa ao Porto (agora como treinador, antes como jogador).

Deixando os dos primeiros casos de parte, por norma costuma-se dizer que nunca se deve regressar a um sítio onde se foi feliz, porque, por um lado, as espectatívas estão mais elevadas do que dantes e, segundo, porque não é a mesma coisa, porque as coisas mudam entretanto, quer nas personalidades, quer nas pessoas em si (aposto que no Chelsea muitas pessoas do tempo de Mourinho já lá não estão e o mesmo em Braga), o que é um duplo problema.

De todo o modo, fico curioso para ver como vão ser estes próximos tempos. A coisa parece prometer.

quinta-feira, 28 de março de 2013

PASSOS COELHO

Foi cobarde. Não tenho outro termo para isso. Não quis ter problemas no aparelho. Não percebeu nada do que se passava quando chegou a S. Bento. E, quando sair, vai sair pela porta pequena e sem fazer nada para mais tarde recordar.

Foi cobarde. Por tudo. Não contesto que tenha feito tudo ao contrário do que dizia nas eleições. Sócrates e Barroso também o fizeram. Mas porque sabe onde está o mal, e como combatê-lo, e não o quis fazer, porque não quis enfrentar a máquina que o colocou lá.

Não percebeu nada do que passava quando chegou a Primeiro-Ministro. Nada! Não percebeu que o cargo que ocupava seria apenas de um mandato. Porque o foi com Soares das duas vezes. Chumbou a História Política Portuguesa. E que poderia ser recordado, daqui a muitos anos, como um indivíduo que reformou o Estado e deu sentido a uma nação que só conheceu contas equilibradas em tempos de ditadura.

Câmaras Municipais? Não mexeu. Interesses económicos instalados? Demitiu um Secretário de Estado. Corte na despesa estrutural? Andamos a ver navios, só cortou na despesa de investimento. Passos ainda não percebeu que não há forma de dar a volta e ganhar as eleições de 2015. Parece que ainda está à espera disso. Reformas laborais? Nada. Reformas da justiça? A passo, e vamos ver como corre. Arrendamento? Uma baralhada. Assim não ajuda.

Defendi-o até ao limite do indefensável. A partir daqui, com o meu apoio não conta. Porque já teve mais que tempo para fazer o que deveria ter feito. E não fez.

JOSÉ SÓCRATES

Em Portugal, Sócrates é único entre a classe política. É combativo. Um lutador. E de fibra.

A sua entrevista hoje é um murro na mesa (mesmo para estremecer a mesa) na situação em que nos encontramos. Um Seguro que não mostra ser alternativa e um Governo que faz tudo ao contrário do que prometeu e tudo ao contrário do que lhe sugerem. Ou seja, temos um mal, mas o remédio não parece sequer ter a capacidade de atenuar o problema, quanto mais curá-lo.

Sócrates tem carisma. E adora política. E é de fibra. E vem para causar estragos. Como disse vem para "tomar a palavra" e não usá-la. Ou seja, vem para definitivamente contar a sua história e não ficar mais em Paris ou noutro sítio qualquer a viver a sua vida. E hoje demonstrou isso.

Deu uma sova em Cavaco Silva como nunca se viu. Foi duro. Desabafou, se me permitem o termo, tudo o que tinha a desabafar sobre o que entendia da conduta do chefe de Estado que, como sabemos, nunca foi um homem do carácter que diz ter (lembram-se do remoque que deu a Nogueira, em 1995?). E sabemos que eles não se gramam nadinha um ao outro. Deu remoques a Seguro (parece que ninguém deu por nada, mas o primeiro foi direitinho a ele quando disse que só existia uma narrativa e que mais nada existia) e deu dois toques a Passos quando disse que o Governo não tem direcção política e que quando fez debates com ele não tinha dito que queria empobrecer o país.

Depois deu a sua versão, em muitas situações deturpada, da história. Continua com a versão do PEC IV e de que isso seria suficiente para tirar o país da crise, que as PPP's foram boas e que foram bem negociadas, que a culpa era da crise internacional, deu os números dele, as Escolas, as Barragens, enfim, foi mais de uma hora ao mais alto nível do animal político com um "jeitaço" para a TV que Sócrates demonstrou ser.

Concordo com Sousa Tavares, na SIC Notícias, quando diz que, depois de hoje, nada vai ser como dantes. Às páginas tantas, no meio da entrevista dei por mim a comentar que ele vinha para dar um murro na mesa e que vinha para comandar a oposição (porque Seguro ou nada é a mesma coisa, não há nada por onde se pegue, não porque não tenha razão, mas porque não sabe comunicar nem dizer o que quer - Sócrates é bem diferente, com meia dúzia de frases diz ao que vem e o que quer... e hoje isso viu-se!...). E é isso mesmo. Sócrates não vem para deixar tudo na mesma, vem mesmo para mudar as coisas. E não vai para Belém. Ele quer mesmo ir para S. Bento. É só Seguro falhar (ele não vai precipitar as coisas, porque não precisa, mas se vir uma oportunidade não dá hipótese). E não há aparelho partidário que valha.

sábado, 9 de março de 2013

JORGE JESUS

Ainda não percebi bem qual a grande razão pela qual Jesus ainda não renovou com o Benfica. Mais claro que isto não posso ser.

Jesus trouxe ao futebol do Benfica aquilo que lhe faltava, ou seja, a solidez defensiva. Já lá vai o tempo em que o Benfica sofria golos porque tinha uma defesa pouco confiante ou sólida. Infelizmente. Trouxe ainda a dimensão espetacular que faltava por vezes para quase sempre. Promoveu jogadores que se pensava ser promessas adiadas a certezas e garantiu belíssimos encaixes financeiros ao clube (Di Maria, Coentrão, Javi Garcia, David Luiz, etc, etc) e mesmo assim não perdeu competitividade. São alguns dos aspectos positivos.

Só ganhou um campeonato e 4 Taças da Liga? Sim, mas num ano jogou contra um Porto quase imbatível e no ano a seguir perdeu, aí sim, por culpa própria. Mas foi longe na Champions e este ano na Liga Europa. Mas Ferguson, que é Ferguson, esteve 3 anos para ganhar uma Taça e 4 para ser campeão. E Wenger já vai há 6 anos sem ganhar nada. 

Tal como disse com Jesualdo, e recorde-se que fui contra a sua dispensa na altura, sou sempre favorável à continuidade. E, como na altura não via motivos para o dispensar, também agora não vejo motivos para dispensar Jesus.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

EDUARDO BARROSO

O homem é doente pelo Sporting. E não merecia que lhe tivessem tornado a vida num inferno enquanto foi Presidente da Mesa da AG do seu clube. Ele defendeu tudo, mesmo aquilo que seria indefensável em teoria, para não ser acusado de ser oposição, o que seria plausível porque foi eleito por uma lista opositora à que ganhou para a Direcção do Sporting.

Pelos vistos, vai ter mesmo muito para contar sobre o que foi a sua vida durantes estes últimos dois anos. E espero que conte, para que o Sporting e qualquer outro clube nunca mais voltem a cometer o erro de eleger dirigentes incompetentes, como foi manifestamente o caso.

De todo o modo, o que Eduardo Barroso não merecia era que a equipa jogasse com tão pouca garra como tem jogado (se bem que com Jesualdo a coisa não esteja tão má) e com pouca sorte. Mas há que acreditar que o Sporting vai melhorar e não vai ser como o Liverpool nos tempos mais recentes. Penso que o futebol português ganha com isso.

O problema maior que se pode atravessar é que o Sporting está muito pior do que o que estava há dois anos atrás. E com mais despesa no plantel e se calhar com piores jogadores. O ponto está em conseguir equilibrar o clube. Seria uma boa política em Portugal o treinador ser o manager da equipa e não estar lá a treinar jogadores que ele não escolheu ou que só viu em vídeo e são propostos por empresários. Assim, à imagem do Football Manager e do que se passa em Inglaterra. Penso que seria um belíssimo avanço, até porque todos sabemos que Jesualdo percebe muito de futebol.

BENTO XVI

Não fui um apologista da sua nomeação, apesar de saber, já na altura com os meus 15/16 anos, que seria provavelmente o sucessor de João Paulo II na cadeira mais importante do Vaticano. Todos os testemunhos que se diziam, e todas as considerações que se faziam sobre ele e sobre o que ele era, levavam-me a acreditar que seria um retrocesso na Igreja Católica e na sua abertura ao mundo levada a cabo por João Paulo II (o primeiro Papa a entrar numa Mesquita islâmica...).

O homem de gabinete que ele era demorou muito tempo a perceber que o facto de falar para mais gente, ou melhor dizendo, muito mais gente, o deveria impedir de cometer certas gaffes que levaram à ira de outras religiões, muitas vezes injustificadamente. O homem inteligente percebeu isso e moderou a sua forma de linguagem. O homem de gabinete era muito pouco relacionado com as pessoas, e o homem inteligente adaptou-se (não sendo tão "próximo" das pessoas como o seu antecessor, claro) e conseguiu minimizar essa forma de estar.

É essencialmente uma pessoa racional. E como tal tentou fazer o mais possível a ponte entre a Ciência e a Religião, fazendo-o com alguma eficácia. Continuou o trabalho do seu antecessor na abertura às outras religiões, não deixando de manter a sua personalidade.

O facto de o seu pontificado ter ficado "manchado" pelos escândalos de pedofilia e a forma como lidou com eles é um ponto a favor.

Contudo, o facto de ter sabido sair a horas (ao contrário de muito boa gente que nós sabemos...) é um comportamento assinalável. Ao contrário do temperamento latino, de ficar até à última, ele fez a coisa mais correcta, ainda que menos usual. Resignou, e o próximo que vier, que vai ter mais condições físicas do que ele, que faça um bom trabalho.

Como sempre, já há apostas para o sucessor de Bento XVI. Para mim vai ser africano. Por dois motivos: primeiro, equilibrar a balança entre a América do Sul, tão em voga, e África, como continentes em alto desenvolvimento; segundo, por isso mesmo, África está em grande desenvolvimento, mas continua com grandes desigualdades e com muita instabilidade, e um Papa africano poderá minimizar esse problema.

E como a Igreja quer dar ao mundo uma ideia de que está rejuvenescida, para mim vai ser um Cardeal Africano e jovem. Vai uma aposta?

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

COISAS BOAS

Hoje foi um dia de boas notícias. Afinal o défice, ainda que em Contabilidade Nacional (em Contabilidade Pública só se sabe em Março), ficou abaixo em cerca de 700 milhões face ao limite máximo. E o regresso aos mercados não foi na data prevista de Setembro de 2013 e foi 9 meses (o período de gestação de um bebé - será que estamos a gerar uma nova forma de encarar o país?) antes.

São, claro, boas notícias. Para todos. Mesmo para aqueles que criticam. São boas notícias, ainda que não haja repercussões para o cidadão comum. Mas é o primeiro ponto para nos livrarmos da troika, que afinal é quem paga as despesas da Administração Pública. Falta agora a parte mais importante que é reformar o Estado. É mesmo necessário fazê-lo. Por mim, seriam mais que os famosos 4.000 milhões. Corta aqui e ali e temos o que é preciso. Assim poder-se-ia baixar a carga fiscal de uma forma significativa, o que daria um impulso muito importante para a recuperação económica que tanto necessitamos.

Mas isso são contas de outro rosário. Bem bom estas coisas irem acontecendo... É sinal que estamos no bom caminho. Ainda que não se note.

P.S.: Paulo Portas já veio (agora que a coisa correu bem...) dizer que está tudo muito bem e está todo contente e que o CDS também está no Governo. Agora só lhe falta ser menos oportunista e dar a cara quando as coisas correm menos bem. Mas é típico de Portas ser assim...

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

A QUEDA DE UM MITO

Há quem diga que os mitos existem para serem quebrados. Messi quebrou o mito de Muller que não era possível marcar mais de 80 tal golos num ano civil, por exemplo. Armstrong quebrou-se a si próprio, depois das denúncias de Vandevelde e outros ciclistas que com ele estiveram na já extinta US Postal, que depois deu origem à Discovery Channel.

Sejamos honestos. Não se ganha uma Volta à França (como qualquer outra Volta...) com bifes. Isto já dizia Joaquim Agostinho há não sei quantos anos. Mas dentro dos limites regulatórios há produtos que permitem estimular a potência muscular e a oxigenação dos tecidos, o que é extremamente importante para a performance de um ciclista.

Armstrong era um mito. Um ciclista que tinha ganho não um, não dois, não cinco (como Indurain, que assim volta a ser o recordista, na altura coadjuvado por um português - Orlando Rodrigues), mas sete Voltas a França, ainda para mais porque tinha recuperado de um cancro, onde esteve a metade do caminho de morrer (contam as histórias que, quando lhe foi diagnosticado o cancro, tinha 50% de hipóteses de morrer), ter dado a volta à situação, a tempo de ganhar o que ganhou, é uma história fantástica.

Aquelas subidas em que Armstrong fura ou tem um problema qualquer e vai subida acima e apanha os outros que o queriam deixar para trás são momentos fantásticos, mas comprovados pelo próprio como "fraudulentos". Mas Armstrong diz que, ao fazer aquilo, estava a lutar com as mesmas armas que os outros. Que nem todos os ciclistas, mas que a maioria do pelotão o fazia regularmente. Que quer isto dizer? Quem é que também estava metido nisto? Com toda esta história deveriam, e penso que irão, rolar mais cabeças além da de Armstrong. Mas a ver vamos. Para já é a queda de um mito.

Parece é que eu tenho uma sina triste com os meus favoritos: antes de Armstrong, eu gostava de Pantani, e depois de Basso e Contador. Todos eles com problemas com Doping...

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

TREINADORES

Vercauteren saiu do comando técnico do Sporting. Mais um treinador que não percebia nada de futebol e que cometia erros de palmatória. Entrou Jesualdo. Que é conhecido por ter equipas que funcionam como relógios suíços. Sempre da mesma forma, sempre certinhas, com maior ou menor qualidade. Veja-se o caso do Porto ou do Braga.

Começou bem. Duas vitórias em dois jogos. Um aplauso também para mim que percebi mais cedo do que os outros senhores que eram pagos para isso que a equipa do Sporting estava assente em muitos erros estratégicos. Ora vejamos:

  • Rinaudo é um trinco muito bom e tem de jogar sempre. Bingo! Sporting mais estável.
  • Labyad de preferência no meio, mas pelo menos na esquerda. Bingo! Fez um belíssimo jogo hoje.
  • M. Lopes fez um bom jogo hoje, demonstrou ser uma belíssima aquisição. Cedric e Árias são muito novos para o Sporting. Bingo! Sporting com mais consistência defensiva.
  • Adrien nunca foi nem nunca será um "10" como o conhecemos. Jesualdo colocou-o a "8". Bingo! Outro jogaço.
  • RVW está menos finalizador, mas joga melhor, porque tem gente com quem tabelar, como ele gosta. Mais uma certa.
Conclusão: tenho mesmo de fazer um curso de treinador de futebol. Pode ser que seja mesmo o meu futuro. Depois tenho de arranjar preparadores físicos, uma vez que dessa parte eu percebo muito pouco...

Vitor Pereira hoje demonstrou que, apesar de tudo, é muito fraco como treinador. Falhou na preparação da época (é impossível ter só um PLC e um extremo - Izma não é extremo, nem nada que se pareça... - disponíveis para um jogo desta importância, mesmo com os compromissos de selecções que possam existir) e hoje falhou como treinador: Lucho estava a pedir para sair antes de Defour, que jogou muito bem, e ficou quase até ao fim do jogo. Acredito piamente que com Izma na direira e Varela na esquerda, com Defour e Moutinho teriamos ganho o jogo ou, pelo menos, passado metade das aflições que passamos.

Jesus mostrou que é tacticamente um treinador de top, que no banco mexe muito bem em termos estratégicos. Mas que tem um complexo qualquer com o Porto, porque as equipas dele não rendem contra o Porto. Independentemente do adversário, o SLB tem equipa para dominar o jogo e meter um ritmo alucinante com qualquer equipa em Portugal e hoje não o fez. Deveria tê-lo feito. Se o fizesse teria (como eu previa) ganho e deixado o Porto a 3 pontos e muito mais pressionado, sendo que o Porto ainda tem que ir a Alvalade, a Guimarães e a Paços, enquanto que o Benfica recebe o Sporting, recebe o Paços e penso que vai a Guimarães. O Benfica ainda vai a Braga.
Ou seja, o SLB poderia perfeitamente ter dado o golpe de misericórdia neste campeonato, decidindo-o a seu favor. Mas não o fez. Por isso o campeonato está mais renhido do que nunca.

Mas estou mesmo a pensar em fazer um curso de treinador de futebol. Pelo menos parece que os anos que levo de FM estão mesmo a dar jeito para alguma coisa...

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

EUA

Só mesmo para perguntar se alguém já deu conta que os EUA estão como nós estávamos em 2011, mas as agências de rating ainda não disseram nada? E depois não se pode pensar que as ditas agências não têm interesses escondidos lá por dentro. E não tem nada a ver com patriotismo. Tem mesmo a ver com o dinheiro e o que se faz com ele.

Obama foi uma decepção no primeiro mandato. Venha o segundo, mas com controlo orçamental, porque vai precisar. E de consensos com toda a gente à sua volta. Mas que pode ser uma reviravolta no mundo, isso pode. E já agora, só mesmo por curiosidade, como estará a Inglaterra?

MENSAGEM DO PR

Foi um exercício estranho. Como que a dar uma no cravo e outra na ferradura. Sim, temos que apertar o cinto, mas vejam lá que temos de ter crescimento, mas temos que ter apoios da UE (que não temos...) e temos de negociar o memorando, mas não podemos renegociar a dívida. Explicou finalmente a prisão que é a nossa dívida, com os encargos que têm que ser assumidos pelo Estado.

Vai mandar o OE para o TC. Mas não explicou quais os motivos. E também não quer nenhuma crise política. Pronto. Um cocktail jeitoso para começar o ano. E que tem cenas dos próximos capítulos... Enfim, a coisa promete...

2012: BALANÇO GERAL + PERSPECTIVAS 2013

Foi um ano onde muita coisa se passou. O FCP foi campeão, contra aquilo que se previa, vendeu Hulk e agora está a jogar melhor, com os jogadores mais focados no trabalho. O SLB sempre na mesma, a jogar muito bem (se Jesus se vai embora não sei o que poderá acontecer, mas eu se fosse presidente renovava o contrato dele...) mas depois quebra no fim da época e perde os títulos. O SCP a pagar a factura de ter despedido Domingos Paciência e colocado no seu lugar um treinador com muito ainda para aprender, Ricardo Sá Pinto. Depois, erros de gestão e sacos de gatos dão no resto, uma época que ainda nem chegou a meio e já está a ser para esquecer.

Foi o ano do Orçamento Inconstitucional, mas porque já está em vigor deixa-se andar e no próximo já não se pode fazer. Uma originalidade à portuguesa, como muitas outras. O ano em que Portas se resolveu armar em fino e quase fazia cair o Governo, e o ano em que Seguro se quer desvincular da Troika, porque de facto é muito impopular. De resto, não me lembro assim de nada de especial. O ano em que (ironia das ironias...) a UE foi agraciada com o Nobel da Paz, no ano mais difícil da sua história. O ano em que a Grécia teve mais um perdão de dívida e os juros da dívida portuguesa passaram a mítica fasquia dos 7%, o que fazem com que estejam abaixo em comparação com a altura em que pedimos ajuda internacional.

Perspectivas: Campeonato a 2, para variar. O Braga não tem pernas para lá chegar. o SCP vai fazer o que fez o Dortmund (e já devia ter feito, em minha opinião...) e vai apostar na prata da casa, reduzir endividamento e tornar-se num clube saudável. O governo vai continuar com a mesma política, com uns pozinhos de crescimento, a ver se saímos da situação a que chegámos. Uma coisa é certa. Como sempre disse, vão ser necessários 30 anos de saldos primários positivos para nos livrarmos desta coisa fantasmagórica a que chamamos dívida. Que, para subir é como uma flecha, mas para descer, um caso bicudo...

2013: PERSPECTIVAS

Acabado 2012, venha 2013. E que seja melhor, só um bocadinho, mas melhor, de preferência. Porque tão mau, acho que dificilmente será.

Trabalho: À procura de uma agulha num palheiro. Mas posso sempre tentar criar a minha empresa. Mas não estou a ver o que fazer com ela... Gostava de fazer uma empresa agrícola, porque é das minhas raízes, mas não tenho área suficiente e o dinheiro para isso não abunda. Aceitam-se sugestões...

Mestrado. Venha a Tese. Presumo que sejam cerca de 10 meses de trabalho intenso. Mas penso que pode valer a pena. Afinal, todos os contributos que possamos dar para melhorar a nossa região são bem vindos, não é?

Clarinete: Mais uma banda, mais trabalho, mais dificuldade para conciliar agendas, mais dificuldade em estar em forma para satisfazer tudo isto. Enfim, mais trabalho, e necessidade de mais horas de música. Se bem que começo a ficar saturado...

Bandas: Venham as festas. Elas devem ser algumas. É sempre dinheiro em caixa... :)

Catequese: A rolar. Até ao fim do ano lectivo, ou seja, Junho. Sem problemas de maior, penso. Depois de Junho logo se vê o que se vai passar.

Projectos: Não sei o que posso fazer. Uma empresa seria uma solução. Mas um outro canudo também poderia ser interessante. Em que área? Não sei. Mas posso pensar no assunto enquanto estou enclausurado a trabalhar na tese. Não consigo estar focado numa coisa só. Pode parecer incoerente (eu sei que sou incoerente...) mas Clarinete pode não estar fora de jogo. Economia? Também gostava. Mas acima de tudo, encontrar trabalho era o ideal...

E de resto, lutar contra a crise. Afinal de contas, está no nosso dia-a-dia, não é???

2012: BALANÇO

Foi um ano complicado. A vários níveis. Gratificante, por outro. Foi um ano agitado, o que passou, para mim.

Vamos aos temas:

Estágio profissional: Correu bem, mas a envolvente nem por isso. Aprendi muito. Mais do que a nível prático, a nível socio-cultural. Mas não fiquei nas CSM. Contingências. A parte que me fizeram crer foi que o sr. Administrador de Insolvência ia cortar no pessoal e não fazia sentido renovar o meu contrato. Tenho de acreditar que o que me dizem é verdade. À parte isto, dei o que pude para que a casa evoluísse. Foi agitado. A casa passou por um estudo que chegou às conclusões a que se previa, que levou a uma mudança na gestão da casa, o que levou à saída de todos os meus "chefes", menos um que ainda lá está. Acabei eu por sair também.

Mestrado: Tudo nos conformes. Tudo feito, notas bastante razoáveis e venha agora a Tese. Enquadramento feito, estrutura delineada, venha agora o trabalho, a começar nos primeiros dias de Janeiro.

Clarinete: Não consegui arranjar mais tempo. Mas consegui arranjar mais uma Banda. Parece impossível, mas é verdade.. Gravei CD com a Banda de Cinfães, que me parece estar muito interessante. Consegui, apesar de tudo, minimizar as perdas e manter um nível minimamente aceitável.

Catequese: Também correu tudo como planeado. As regras são para cumprir e eu tenho algum bom senso, mas não sou mole. Se tiver que partir a corda parto sem qualquer problema...

E depois de 366 dias de combate à crise, o país está mais desigual, com um défice menor, mas acima do previsto. Menos 4 feriados e mais lutas sociais, com as quais eu não concordo porque são erradas, a meu ver. Não me parece que faça sentido que os senhores do Porto de Lisboa, porque não conseguem lugar para os filhos, desatem a fazer greves a torto e a direito, sendo que quem perde somos todos nós. Parece mesmo falta de bom-senso.

Depois disto tudo, venha 2013. E que seja melhor do que este ano que passou.